SERTANEJO VIVE À ESPERA DUM PINGO DE CHUVA NA VIDA
Quando um pingo de chuva
Cai no tórrido sertão
Alegria traz de montão
Trabalhar vem a saúva
Vida nasce na catanduva
Volta a esperança perdida
Trazendo fartura e comida
Mudanças na atmosfera
Sertanejo vive à espera
Dum pingo de chuva na vida
Agora com a transposição
Da água do São Francisco
À espera por chuvisco
Diminuiu a apreensão
Tem mais água no sertão
Sonho de épocas idas
Pra aquela gente sofrida
Diferente do que era
Sertanejo vive à espera
Dum pingo de chuva na vida
Desde o tempo do Império
Quando dom Pedro vendeu
Suas joias, mas grana não deu
Pra fazer projeto tão sério.
Porém muitos deletério
Com ganância desmedida
Do povo tira a comida
Até da água se apodera
Sertanejo vive à espera
Dum pingo de chuva na vida
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, JULHO/2021