Salve Oko! Guardião da agicultura
Venho pedir minha dagô
Para nestes versos louvar
E aqui no terreiro mo jô
Para o Pai Oko invocar
Fazer o mais belo xorô
E por todo povo clamar
O mundo está desregrado
E o povo passando fome
Quem trabalha é explorado
Sem dinheiro não consome
Pela política é enganado
Só promete ajudar e some
Quem mora na zona urbana
De tudo tem que comprar
Mas com a carestia insana
Os obrigando a se privar
De uma refeição bacana
Pois têm que economizar
À tudo lhes faltam acesso
Moradia,saúde e educação
Cada um tem seu processo
Que lhe impede aquisição
Pois tem que evitar excesso
Para não ficar sem o pão
Já pra quem mora na roça
E sobrevive da agricultura
Com sua energia reforça
Comida tem com fartura
Na lida também se esforça
Para a produção da cultura.
Da semeadura à colheita
Recebe de Oko a proteção
A força vital mais perfeita
Para germinar cada grão
Pois este não faz desfeita
Cuida e enriquece o chão
O seu opaxorô de madeira
Sua flauta de osso afinada
Põe toda natureza faceira
Confere à lavoura plantada
A essência mais verdadeira
E não deixa lhe faltar nada
Se a fé do povo da terra
É de fato bem expressada
O Bom Orixá nunca erra
Faz a estação abençoada
Pois o culto à Oko encerra
Devoção à Terra Sagrada
É filho do Grande Obatalá
E deus da rica fertilidade
Da sua sábia mãe Iemanjá
Herdou calma e bondade
Dono da palavra yorubá
A própria luz da verdade
Sempre com seu cachorro
E as abelhas mensageiras
Das contendas é o socorro
Juiz de disputas costumeiras
Do escravo da fome é forro
Eni Duru das vidas ordeiras.
Ensina teu povo a plantar
Ó pai da boa agricultura!
E pra cidade se alimentar
Ao lavrador traz fartura
Pra seu doce ebá preparar
E saciar a toda criatura
Que as bençãos de Oluwayê
Protejam toda a humanidade
E as mãos do Grande Olodê
Abençoe o povo da cidade
Que Oko, o guardião da aiyê
Leve ao campo a dignidade.
Adriribeiro/@adri.poesias
Oko – Orixá protetor dos lavradores e guardião das lavouras
Dagô – dê licença
Mo Jô – Eu dançar
Xorô – ritual sagrado
Opaxorô – Xocalho (de madeira é o de Oko)
Eni Duru – Protetor, Provedor ou guardião
Ebá- pirão de inhame (prato predileto feito em oferenda ao orixá)
Oluwayê – Senhor do mundo
Olodê – Senhor das ruas
Aiyê - Terra