" O CORDEL DA SAUDADE COM VERDADES".

Sentido grande saudade,

Entrevendo-me a escrever,

Esse cordel da saudade,

Que será bom em saber,

Coisas do tempo passado,

Muitos vão ficar vidrados,

Quando a esse texto ler.

Lembro-me quando criança,

Nas noites de sexta feira,

Juntavam-se os garotos,

Aqueles de mãos certeiras,

No tempo de jogar peão,

Quando todo quarteirão,

Entrava na brincadeira.

A antiga bola de meia,

Com estranha forma oval,

Era ali nosso brinquedo,

Das peladas no quintal,

E a bola dente de leite,

Queimava igual foguete,

Em quem pegasse afinal.

Jogos de bola de gude,

Com cada moleque fera,

Vinham ali pra jogar,

E despenar a galera,

O carinho de rolimã,

Confesso que eu era fã,

Pra descer na passarela.

Pra passear de Rural,

Belo carro do momento,

Meninos faziam filas,

Tentando pegar assento,

Lembro até do motorista,

Todo metido a ser artista,

Por nome de Chico Bento.

A que saudade me dá,

Do banho no Bate estacas,

Um pequeno igarapé,

De agua fresca nas matas,

Onde aquela meninada,

Como peixes mergulhava,

Só pra brincar de barata.

Aquele era tempo bom,

Sei que ninguém esqueceu,

Do velho e bom velocípede,

Que poucos tiveram o seu,

E nós tão pobres e afoitos,

Usava o que era dos outros,

Nunca pude ter o meu.

Era assim nossa rotina,

Nem tinha televisão,

Celular quem imaginava,

Que teria essa invenção,

As crianças eram felizes,

Quem passou por isso diz,

Que ainda bate o coração.

Quem tinha uma monareta,

Eram lá os seus fulanos,

E aquela antiga lambreta,

Só quem andava nos panos,

E as calças boca de sino,

Luiz quinze e bico fino,

Muitos estavam usando.

Longe do tempo de agora,

A vida era diferente,

Não se pensava em riqueza,

Como no tempo presente,

O povo era mais amigo,

Tudo em fim tinha sentido,

Vivíamos todos contentes.

O homem era conformado,

Com o pouco que possuía,

Em toda a circunvizinhança,

Reinava grande harmonia,

Os bailes eram diferentes,

Um sanfoneiro somente,

Tocando a noite inteirinha.

Não tinha ali confusão,

Eram todos convidados,

A participar dos festejos,

Tudo bem organizado,

As famílias que chegavam,

Todas se agasalhavam,

Em lugares preparados.

Nas noites de São João,

Rolava solta a alegria,

A criançada brincando,

Todos em grande euforia,

Beiju com café passado,

Batatas com milho assado,

Tinha até ao raiar do dia.

Confesso nunca ter visto,

As coisas que vejo agora,

Jovens faltar com respeito,

A senhores ou senhoras,

Filhos tinham mais respeito,

Se não agissem direito,

Os pais corrigiam na hora.

Eu sei que contando isso,

Muitos não acreditarão,

Sobretudo os mais jovens,

Que por aqui ainda estão,

Mas aqueles que viveram,

Acredito que aprenderam,

Com tudo uma grande lição.

Lembro-me como agora,

O que os antigos falavam,

Que esse mundo maluco,

Mais maluco se tornava,

Levando todos a loucura,

Cercados por amarguras,

Só tempo antigo prestava.

Já no século vinte e um,

Desse mundo evoluído,

Cheio de tecnologias,

Vai o povo consumindo,

Criança não brinca mais,

E nem respeitam os pais,

Tudo aqui vai regredindo.

Isso eu digo sem mostrar,

A grande manipulação,

Como massa de manobras,

Que engana-se o povão,

Principalmente no Brasil,

Onde tudo é Fack News,

Com tanta esculhambação.

Cosme B Araujo.

27/07/2021.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 27/07/2021
Reeditado em 28/07/2021
Código do texto: T7308718
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