AMAR É UMA METÁFORA, QUE VAI FLUIR TODO AMOR

Eu quando declaro: Sim

Camuflo meus sentimentos

Monto no cavalo Fé

Pra disfarçar fingimentos

É esta vida de sonhos

Análogos pensamentos.

Pra pensar em rompimentos

Que maltratam nosso sonho

Só fiz argumentação

Tantas vezes sou tristonho

Cifro boas acepções

E sou vício bem medonho.

Nesse tema tiro, ponho

Palavras ditas, atraso

Por vezes consigo ser

Outro nome por acaso

Em chamas a multidão

Diz: - Meu bem tu és arraso!

Estampado nesse caso

Tudo que circula, faço

Tento mexer no destino

Dele só tenho meu braço

Irmã em amor é alma

No pecado sempre traço.

Os pecadores, fracasso

Nem de longe veem demo

Excelso que se consegue

Só de falar logo tremo

Nas profundezas do tempo

Sonhando maltrato, gemo.

No cálix amor, espremo

Em viver eu fiz estágio

A doença do romântico

Prefiro pagar pedágio

Não divido prestações

Isto já causou contágio.

Bom amante de sufrágio

Meu nome numa memória

Abraçado sob as luzes

Em algo que é história

Não posso ser este mundo

Nada levado na glória.

Ela é escapatória

Hálito desodorante

Faz o palhaço cantar

E ser mais hilariante

Melhor amar resguardado

O que é qualificante.

Namoro gratificante

Noivado como migalha

As traições são discutidas

Um romance bem encalha

Febre dos amores grandes

Ciúme saber espalha.

Amor vive numa palha

Bem dentro de sua bolha

Como tampa que se rompe

E faz sumir sua rolha

Quem ama é quase nada

Na belezura da folha.

É preciso que se colha

Compreender o sentido

Nunca deixar de viver

Pois, tudo é permitido

Visamos observação

Nas palavras que duvido.

Amor será atrevido

Sempre numa retaguarda

É água que cai dos olhos

Nossa mente nos resguarda

Efemeridade tempo

É campo livre sem guarda.

Muitos não sabem nada

Lamparinas não clareias?

Quando refletem espelho

Pensam só que são sereias?

Amar tem ódio no transe

Em muitas das pareias.

Se é amor, incendeias

Encontramos numa nave

Voando por entre nuvens

É lua brilhando fase

Acordo, saio do topo

E navego sem ter base.

Na pesca jamais atrase

Terás peixes nos anzóis

Casais nunca compreendem

Brigam entre seus lençóis

Os carros servem de ponte

E luzes são seus faróis.

Populações girassóis

Que dizem ser mais artistas

Vida de vários amores

Todas postas em revistas

E quem compra bom sabor

Ama mais que populistas.

Há um silêncio nas pistas

Quando sentimos fagote

Nesse som que é benéfico

Surge na cena magote

É muita luz amando

O carro perde mangote.

Sugando belo cangote

Vivemos sempre do fato

Mas quem ama sempre chora

Tal qual espinhos no mato

Choro que foi derramado

Nos provoca desacato.

Amor não é candidato

Nem precisa que se vote

Ele é atemporal

É água dentro do pote

Que todo flúor esbalda

Alguém diz: - Por favor, bote!

Ter bom amor sem um trote

Entretanto casual

Jamais se tem empecilho

Vai fundo, faz espiral

Penetra veias dos sábios

Emoção é tão normal.

Amar já é infernal

Homem quando ver pantera

Larga sua posição

Deixa sempre à espera

O prazer dos que não sabem

Ponto do pé em esfera.

Amor bom de nossa fera

Coração fica fechado

Nessas congratulações

Como dia de finado

Quem já morreu por amor

Pra nascer está fadado.

Portanto, se tem amado

Muitos com malefícios

Atirados ao vento

Foram os meus artifícios

Revi todas pregações

Dos amores, sacrifícios.

Amante nos edifícios

A cada dia, renova

Contrários incompetentes

Que fazem dele desova

Encontros viram segredos

Escondidos em alcova.

Bom amor se leva sova

Renovar também encerra

Peito é estufa ódio

A raiva só nos enterra

É liberdade do bem

Nisto, nada nos emperra.

Viajei por tanta terra

Pelos olhos de Sibéria

Precisei deixar gostar

Pra seguir até Valéria

Foi naquela mansidão

Beijei boca de Quitéria.

Beijos bons enchem artéria

Para nós todos, mistério

A dor não responde fatos

Todos em si têm critério

Tanto pode ter miséria

Pois, quem sabe, cemitério.

Tem amor sem adultério

Numa pá de bom coveiro

Lugar de tantos saberes

De templos do meu terreiro

O bom amor é dos outros

Um grande real parceiro.

Ter amor é estradeiro

Saber abrir a fileira

Risos em nome da dor

Quando só tinha parteira

Nosso som abre comportas

Fazenda sem ter porteira.

Amor feito parideira

Ouve-se, sim, boa trova

Trovador conhece fundo

Onde tem a dita cova

Amor de tanto sentido

Faz a vida ficar nova.

O perdão nunca se prova

Onde destaca meu baio

Quando montamos, só corre

Me seguro, nunca caio

Quando me vejo galope

Amar livra-nos do raio.

Amo ligeiro, não saio

Adjetivo sem candura

É sorrir que se pretende

No tesão com mais doçura

Asas que contém amor

Nos mandam fazer loucura.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 04/07/2021
Reeditado em 06/07/2021
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