Poema Humilde
Fico que afrontado se eu não palavrear do sertão,
O sertão é igual a homem sem anjo de guarda, mede medo,
inté nas entranças nas palmas do buriti degolado de seca.
Pra piorar tudo, tem a muriçoca, que faz pasto nas costas.
Eita gente ensolarada de quentura, fome esfarinhada.
Onde, arranjar jeito de fazer poema é somente no sofrimento.
Da bexiga e da peste da seca, até a sombra da gente.
se esconde atrás da arvore empoeirada de tristeza.
La pras noites onde o frio se aboleta devagar nas galhas fantasmas,
Procuro azeitar os oios na negritude da esperança que nunca vem.
De vez bato as pestanas para enganar a seca cavernosa na língua
Já rezei tanto ,que fiz trilhas de lagrimas e suor. Quem sabe
Uma sementinha nasce no meu caminho?