Poema Humilde

Fico que afrontado se eu não palavrear do sertão,

O sertão é igual a homem sem anjo de guarda, mede medo,

inté nas entranças nas palmas do buriti degolado de seca.

Pra piorar tudo, tem a muriçoca, que faz pasto nas costas.

Eita gente ensolarada de quentura, fome esfarinhada.

Onde, arranjar jeito de fazer poema é somente no sofrimento.

Da bexiga e da peste da seca, até a sombra da gente.

se esconde atrás da arvore empoeirada de tristeza.

La pras noites onde o frio se aboleta devagar nas galhas fantasmas,

Procuro azeitar os oios na negritude da esperança que nunca vem.

De vez bato as pestanas para enganar a seca cavernosa na língua

Já rezei tanto ,que fiz trilhas de lagrimas e suor. Quem sabe

Uma sementinha nasce no meu caminho?

demetrioluzartes
Enviado por demetrioluzartes em 28/06/2021
Reeditado em 05/11/2021
Código do texto: T7288673
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