BRINCANDO SÃO JOÃO NO PASSADO

Quando havia forró,

Perdíamos a timidez,

Saíamos bem arrumados,

Usando um belo sapato,

Vestia uma calça jeans,

E uma camisa de xadrez.

As mulheres se arrumavam,

Para ficar mais bonitas,

Todas eram bem pintadas,

Davam um grau nos cabelos,

Usando sapato novo,

E um vestido de chita.

Na frente de cada casa,

Havia uma fogueira,

Com suas chamas quentes,

Aquecendo aquela gente,

Onde as moças e rapaz,

Caiam na brincadeira.

Ficavam duas pessoas,

Cada uma com a brasa na mão,

Com muita fé e esperança,

E um boa sensação,

Um convidava o outro,

Pra ser compadre de são João.

As mocinhas e os rapaz,

Tinham uma alegria,

E para ser mais feliz,

Descobrindo o seu amor,

Tentavam ver o seu rosto,

Na água dentro da bacia.

Havia aquele rapaz,

Que era bem atrevido,

Metido a namorador,

Também muito medroso,

Com medo do pai da moça,

Só namorarava escondido.

Outros iam paquerando,

Com a cara de idiota,

Sem ter muito o que fazer,

Ficava bem relaxado,

E procurava comer,

Uma boa tapioca.

As mocinhas ciumentas,

Por qualquer coisa elas brigam,

Ficam logo bem nervosa,

Mais sem poder se vingar,

Elas saem de casa em casa,

Só pra comer canjica.

O sanfoneiro tocava,

Short, forró e baião,

O salão todo lotado,

Com muita animação,

Os homens soltava fogos,

Para festejar São João.

Hoje tudo está mudado,

As lembranças é de da dó,

Por causa da pandemia,

Que gera uma grande tristeza,

Não existe mais fogueiras,

E ninguém dança forró.

Autor: Orlando Santos

Em, 23/06/2021