Desculpe caro colega/Se fui grosso com você

Cordel em parceria com o poeta Silva Gusmão

Oitavas com mote de autoria de Silva Gusmão

Mote: "Desculpe caro colega / Se fui grosso com você"

Preâmbulo de Silva Gusmão

Faz alguns anos que fui meio deseducado com o grande poeta da cidade de Pesqueira (PE), Senhor Edmilton Torres. Não me recordo de qualquer motivo, mas isso ficou martelando a minha cabeça, de sorte que decidi fazer as pazes com esse cidadão, daí haver escrito esse pequeno cordel pedindo desculpas pelo ocorrido, fato que a mim mesmo me surpreendeu, talvez num daqueles dias em que tudo resulta errado em nossa vida. Se ele vai me perdoar não sei, mas pedi de coração.

CORDEL – Mote – Desculpe caro colega – Se fui grosso com você –

Parceria com Edmilton

(01)

Quando falho nunca durmo

A consciência pesada

Pois normalmente me enturmo

E sempre sou camarada

Alguns me chamam de brega

Isso até virou clichê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(02)

Foi legal pedir escusa

A um cara iluminado

Que de bom nunca recusa

Mesmo alguém encurralado

Que por vezes não agrega

E nem sabe do porquê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(03)

E quando a dor chega ao peito

Batendo na consciência

É que vemos o defeito

Junto com incompetência

A verdade não é cega

É o que todo mundo vê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(04)

Prometo não repetir

E tratá-lo com respeito

E só posso deduzir

Diante dum bom sujeito

Cuja paz pra sempre prega

Sem usar do caratê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(05)

Reconhecer o meu erro

É próprio de boa gente

Que não merece o desterro

Porque não inconsequente

Isso que a doutrina prega

E o que todo mundo crê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(06)

E me dou por perdoado

Nessa intriga que causei

Deixei você magoado

E nisso tudo pensei

Vou direto pra bodega

Acabar meu padecer

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

SilvaGusmão

Resposta do Edmilton:

Caro poeta, a experiência nos ensina que o que vale nessa vida é a paz interior. Certamente erramos de forma semelhante. O importante é termos nos apercebido que o melhor era superarmos as mágoas e desavenças e nos perdoarmos. Eu considero aquele episódio superado. Um abraço e vamos ao cordel.

(01)

Em relações de amizade

Divegências sempre ocorrem

Mas quando existe humildade

As amizades não morrem

Quando um amigo escorrega

As atitudes revê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(02)

Em um desentendimento

Não existe um só culpado

Hoje tenho o sentimento

Que também estive errado

Mas, na hora a gente cega

E o efeito não prevê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(03)

Foi só um mal entendido

Que já está superado

Por mim, já foi esquecido

Você está perdoado

Essa culpa que carrega

Já não existe porquê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(04)

Também lhe peço desculpas

Pelo meu comportamento

Esqueçamos nossas culpas

Sem nenhum ressentimento

Não haverá mais refrega

Garanto a Vossa Mercê

Desculpe caro colega

Se foi grosso com você

(05)

Com o tempo a gente entende

O valor da contrição

Perdoar quem nos ofende

E, também, pedir perdão

Como a Lei Divina prega

Pra todo aquele que crê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

(06)

Eu me sinto satisfeito

Por estar de bem consigo

Vou lhe tratar com respeito

Como poeta e amigo

A sugestão da "bodega"

Aprovo sem comitê

Desculpe caro colega

Se fui grosso com você

Edmilton Torres

Edmilton Torres e Ansilgus
Enviado por Edmilton Torres em 12/06/2021
Código do texto: T7277242
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