RESPOSTAS DE UM ELEITOR
Um cidadão aprumado
certa vez, apareceu
num pequeno povoado
Que se chamava Caldeu.
Chega a ficar na praça
observando com graça
como o povo, ali, vivia.
E ja estando ao esmo
pensava comigo mesmo
"-Este povo tem valia!
O seu primeiro contato
foi com Zé de Bartimeu
E disse: -sou candidato
pra trabalhar por Caldeu.
E Vejo que o companheiro
É um cidadão guerreiro,
Um cabra muito exemplar,
E isto mesmo que acho!
O cabra quando é macho
coheço só no pisar.
Aquela bajulacão
lhe aguçou a auto estima
Não sabia o cidadão
que com Zé não tinha Clima.
Pois zé era um tal sujeito
complicado, não perfeito...
se esforçava em ser correto.
Olhando pr'o cidadão,
sem qualquer hesitação,
firmamente, foi direto.
-Obrigado, meu Senhor
pela bela explanação!
me arresponda por favor,
donde me conhece então?
O senhor bem elegante
já chegou muito falante
me causando um fuzuê
trouxe um belo relato.
O Senhor é candidato.
E Vai concorrer a quê?
-A prefeito, meu amigo!
Exclamou com alegria.
E quero contar contigo
pra trazer mais energia.
E olhando pr'este lugar
caso esta eleição ganhar
tudo será diferente.
O povo desta cidade
vai conhecer de verdade
um prefeito competente.
Ainda estava falando
quando zé o interrompeu,
-Eu aqui observando
todo o falatório seu
Eu tava achando bonito.
Quer saber se acredito
em toda esta explanação?
só uma coisa lhe digo
É proposta , meu amigo
De tempo de eleição!
-Calma, preste-me atenção
que vou lhe mostrar meus planos.
-Você acha cidadão
qu'eu acredito em enganos?
Estás é muito enganado,
disse Zé encabulado
Com pobre do candidato
Que diante à circunstância
manteve sua elegância
e não querendo ser chato
Disse:- você foi sensato
quando fala em confiança
Mas eu sou um candidato
Pretento trazer mundança.
Ser um pouco diferente
dos que o povo tem em mente
Que todo polítivo é fraco.
Quero promover o novo,
Não gosto de baba ovo
pra "tá" enchendo meu saco.
Pra encurtar a conversa
o povo tem que entender
que eu não gosto de promessa
o meu negócio e fazer!
disse com entusiasmo
com a cara de sarcasmo
ainda lhe diise assim,
( Com boa grana na mão)
- O que falta cidadão
pra você vota em mim?
- Que quero, mesmo, é vergonha
Na sua cara senhor,
vim aqui sem parcimonha
dando onda de comprador
dizendo que é diferente.
ainda indecentemente
Me fazer esta proposta!
Presta atencão, seu menino
Política não é cassino
pra se viver de aposta.
- Quero que você entenda-
Zé sincero discorreu,
Meu voto não tá a venda.
Não quero dinheiro seu.
O que eu quero por direito
Que quando estiver prefeito,
caso ganhe esta eĺeição
Um pouco de honestidade,
pois minha dignidade
não vendo por um tostão.
Eu quero ver a saúde
reinando nos hospitais.
Investidas co' amplitude
todas verbas federais
De uma forma decente,
A cidade livremente
de corja de comilão
Que só vivem de mutretas
querendo mamar nas tetas
do governo sem perdão
Pois é isto seu Doutor
qu'eu quero e que acredito!
Nunca compre um eleitor
Pensando que isto é bonito.
Com o argumento sensato
o pobre do candidato
Sua base estremeceu
Sem ter mais prumo, chão
Olhou, Zé , com precisão
E nada mais respondeu.
Em silêncio retirou-se
c'uma vergonha do cão.
Nunca mais, ele, afobou-se
Em tempos de eleição
Sentiu a realidade...
A política de verdade
Aprendeu naquele dia.
E dum jeito bem remoto
Aprendeu que nenhum voto
É uma mercadoria.
Horizonte Alegre,- PE 25 Julho de 2020