O Rio da Minha Terra
O rio da minha terra
Tem fartura muito grande
Não se resumindo aqui
Por outros locais se expande
E todos falam bem dele
Por onde quer que eu ande.
Quem gosta de peixe fresco,
Se entrega na pescaria
E quem gosta de sonhar
Se perde na fantasia
O rio oferece muito,
Só não a melancolia.
Na embarcaçãozinha rústica,
O homem faz a travessia
De quem vai ao outro lado
Comprar a mercadoria
Ou de quem queira comprar
Suprimentos para o dia.
O poeta muito tímido
Busca por inspiração
Se senta à beira do monge
E solta a imaginação,
Pega de Da Costa e Silva
Um começo de canção.
A moça mais uma vez
Em noite muito quieta,
Bota dentro da garrafa
Um verso belo do poeta
E junto dele um pedido:
Que a vida seja completa.
O que o rio me oferece,
Como posso descrevê-las?
São cristaizinhos no leito,
Quando a noite vem com elas,
Bordando meu Velho Monge
Com luzes assim tão belas.
Não são somente as estrelas
Que este rio me oferece
No tempo da enxurrada,
Quando a água escura desce
Fertiliza minha terra;
Toda planta logo cresce.
No rio da minha terra
Tem fartura muito grande
Não se resumindo aqui,
Por outros locais se expande
E todos falam bem dele
Por onde quer que eu ande.
Eduardo Persa