ZÉ LIMEIRANDO E DILMANDO
Buda foi para a Hungria
Por lá espalhou a peste
Depois veio para o Nordeste
Trazendo em sua companhia
Um capacho, o tal Bessias
Que trabalhava para Anta
Aquela grande sacripanta
Ensacadora de vento
Quem canta males espanta
Pra longe do firmamento
Tem um País que Cana dá
Disse Anta pra biriteiro
Fica no Rio de Janeiro
Perto de Madagascar
Tenho um parente por lá
Que vive de fazer evento
Mas é muito azarento
No Antananarivo canta
Quem canta males espanta
Pra longe do firmamento
No Equador foi buscar Lima
Pra trocar por Camarões
Lá na terra de Camões
Mas subiu de rio acima
Perdendo-se de sua prima
Na cidade de Livramento
Lá comeu como jumento
Um ensopado de jamanta
Quem canta males espanta
Pra longe do firmamento
Treze menos quatro é nove
Sem levar um só bofete
Depois do gol do escrete
E um lugar que não chove
Mesmo que juiz não aprove
O VAR naquele momento
Pra marcar impedimento
O gol ficou na garganta
Quem canta males espanta
Pra longe do firmamento
Eu saúdo a mandioca
Na figura dum cachorro
Que era amigo do Zorro
Quando marava na Itaoca
Roçando capim na broca
Na porta de um convento
Ergue-se um monumento
Em cima da placa da Fanta
Quem canta males espanta
Pra longe do firmamento
Mora-se no município
Não se mora no federal
Dizia aquela anormal
No dia de seu funeral
Para ingleses de Sobral
Quando fez um juramento
De fazer acasalamento
Duma planta com jumento
Quem canta males espanta
Pra longe do firmamento
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, MAIO/2021