" A VIDA DE PROFESSOR".

Valha-me nossa senhora,

Com essa vida enroscada,

Nesse sistema de ensino,

Que não há tempo pra nada,

Por tantas atividades,

Que é pra nós na verdade,

Uma insossa empreitada.

A vida de um professor,

É mesmo uma correria,

Corre-se de um canto a outro,

Em verdadeira histeria,

É viagem sem parada,

E uma canseira danada,

No decorrer de seus dias.

Professor vive apertado,

Igual um pinto no ovo,

Mergulhados em projetos,

Criados por esse povo,

Assim o tempo se passa,

E a profissão perde a graça,

Sem trazer nada de novo.

O sistema cobra a gente,

E os diretores também,

Nem perguntam de que jeito,

Se você está mal ou bem,

O certo é que todo dia,

Vivemos essa agonia,

Pra agradar não sei quem.

Sai semana entra semana,

E o blá blá blá nunca sessa,

Parece que o professor,

Vive pagando promessa,

Cada bucha de canhão,

Que estoura em suas mãos,

Todo dia uma remessa.

Além de tudo se sabe,

Dessa história meu senhor,

Quando o aluno não passa,

Provamos esse dissabor,

Embora com todo esforço,

E o que ouvimos seu moço,

A culpa é do professor.

Assim nessa profissão,

Sem ter culpa no cartório,

Sempre pegam o professor,

Como um bode expiatório,

Massacrado pelo sistema,

O coitado amarga a cena,

Descritas nos relatórios.

Tenho visto professores,

De poucos anos de carreira,

Recorrem aos psiquiatras,

Pra não cometer asneiras,

Fugindo de tal tormento,

Um laudo de afastamento,

É sua escolha primeira.

Pra muitos nessa nação,

A função de professor,

É de tão pouca importância,

Falam sem nenhum pudor,

Nunca se faz continência,

Mas fazem tanta exigência,

Chega até nos dá pavor.

Mesmo sobre carregado,

Para ninguém é segredo,

Ou faz de acordo o sistema,

Ou abandona o emprego,

Parece até que o coitado,

Já nasceu predestinado,

A viver sem ter sossego.

Até para tirar férias,

É um tanto complicado,

Muitas vezes em sua casa,

O professor é convocado,

Pra resolver os problemas,

Criados por tal sistema,

Que aqui foi implantado.

Por isso que muitas vezes,

Pra se livrar dessa treta,

O professor se estressa,

Fecha os olhos e faz careta,

Acaba aumentando a nota,

Fazendo papel de idiota,

Como se fosse muleta.

Assim vai tocando o barco,

Do jeito que a musica toca,

Faz de conta que está bem,

Embora ninguém se importa

Vai levando de embrulho,

Até chegar mês de julho,

Quando a paciência esgota.

O que se ver é cobrança,

Que chegam de todo lado,

Deixando assim a cabeça,

De muitos atordoados,

Enquanto o aluno caçoa,

Tirando cara ou coroa,

Pra saber dos resultados.

Chega o fim do bimestre,

Vamos todos pra o conselho,

Pra descascar os pepinos,

Que pra muitos está bem feio,

E os alunos engraçadinhos,

Dão uma de coitadinhos,

E se dar bem nesse meio.

É ai que os professores,

Perdem de tudo a moral,

Sendo forçado a aprovar,

Àqueles caras de pau,

Pra salgar mais o tempero,

Brincam o bimestre inteiro,

Isso sim é o grande mal.

Nessa hora veem os pais,

Fazendo grande pressão,

Encima do professor,

Como uma perseguição,

Dizendo que o filho é santo,

Alguns banhados em pranto,

Que chega dar comoção.

Por isso que sempre digo,

Não sei se isso um dia muda,

Pois cada ano que se passa,

Professor é como um Judas,

É aperto por todos os lados,

Que cada professor coitado,

Até os resultados muda.

Vivemos na esperança,

De tudo isso mudar,

De só passar os alunos,

Que no estudo se esforçar,

Não ficar só na espera,

De se juntar a galera,

Que por nota vem brigar.

Cosme Barroso Araújo

19/04/2021.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 19/04/2021
Código do texto: T7235814
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.