O CORONAVERME
Por Gecilio Souza
Oh saudade miserável
Que há muito eu não sentia
Do tempo mais palatável
De antes da pandemia
E deste verme detestável
Que assassina todo dia
Um elemento descartável
Envergonha a maioria
Ele é o marido da morte
No inferno tem seu lote
E na terra sua freguesia
Oh saudade que judia
E compromete o astral
Das andanças e alegria
Daquele tempo normal
Mas essa dupla copia
A receita mais mortal
Tanta gente não morria
Antes da dupla ou casal
Juntou o vírus e a bactéria
Pariram a pior miséria
Que nunca se viu igual
Oh saudade descomunal
Por que você não devolve
Aquela normalidade
Nosso coração se envolve
De tanta dor e tristeza
E a crise não se resolve
Dois males ao mesmo tempo
Só o igual os absolve
Vírus e verme se casaram
No Brasil se instalaram
Em 2019
Oh saudade que comove
Doem muito as suas batidas
Cada pancada é um corte
E as mais profundas feridas
O casal sem coração
Suga milhares de vidas
Registra como estatística
As nossas pessoas queridas
O vírus essa desgraça
E o verme que veste calça
Duas pestes homicidas
Oh saudade das curtidas
Dos encontros amistosos
Com a família e os parentes
Nos momentos valiosos
Da dança e do reisado
Dos abraços amorosos
Saudade dos que se foram
Nossos bens mais preciosos
Até a formação do casal
Que produziu este mal
Dos males mais perigosos
Oh saudade dos gostosos
Momentos de distração
Dos beijos apaixonados
Do namoro num salão
Das viagens despreocupadas
Da saudável aglomeração
Tudo culpa de um casal
Genocida e sem noção
Com as suas ações frequentes
Assassinam os nossos entes
Por incentivo e omissão
Oh saudade da ocasião
Que podíamos divertir
Nos movendo e trabalhando
Todos podíamos sorrir
Porém isto só durou
Até o casal surgir
Dupla ou casal dá no mesmo
Na arte de destruir
A dupla arrombou as portas
O número de pessoas mortas
Nunca pára de subir
Oh saudade de encardir
Do passado não distante
Quando nos aglomerávamos
No parque e no restaurante
No cinema e no forró
Ou na feira itinerante
Sem medo ou preocupação
Com algo mais preocupante
Até que o casal chegou
E a tragédia se instalou
Agora é choro constante
Oh saudade lancinante
Não nos atire na lona
Demita este motorista
Ponha outro na poltrona
Ele dirige para o caos
Despreparado e mamona
A carteira dele é falsa
É fake e se desmorona
Vamos sair deste pânico
Se mande casal satânico
Verme de terno e o Corona!