Cordel dos artistas
O Brasil é rico de natureza,
de tamanha beleza a fauna e a flora.
Mas não venho falar dessa opulência,
é da excelência do artista que aqui mora.
Quantos artistas vivem na rua?
De alma nua transbordam sua arte!
Nos sinais da vida cuspindo fogo
e como num jogo o ganho reparte.
Quantos músicos que tocam nos barzinhos?
Agora sozinhos em casa, buscam esperança.
Sem shows, sem público, não sabem o que fazer
e a cada amanhecer não perdem a confiança.
Dos artistas plásticos vejo a tela,
e com a vela que ilumina minha ignorância,
transformo naquela que me leva a outro mundo,
de um jeito profundo, O Grito, minha observância.
No teatro da vida, muita encenação,
pode uma reflexão ao findar o espetáculo.
Este país possui incontáveis atores,
que não recebem flores, enfim obstáculo!
Não podia faltar a dança e os dançarinos.
Ah! E os bailarinos? Quanta força e delicadeza...
Uso do corpo como instinto de dançar
e no pulsar, criança, primeiros movimentos: pureza!
No começo de tudo, a dança já existia,
era como fazia para com os deuses se comunicar.
É o que diz a rupestre pintura,
como na moldura em cavernas, a dança representar.
E hoje? Após anos de história,
me vem à memória os diversos feitios:
clássico, jazz, contemporâneo, dança cigana,
há a africana e com o tambor de crioula me arrepio!
O que peço para este cordel finalizar,
vamos valorizar todo artista deste país!
O fazer artístico vamos respeitando,
se possível, divulgando e ser feliz!