Prazer, sou Nordeste.
Eu sou suor quente, escorrendo à pino.
Sou gente sozinha, mas sou multidão.
Eu sou eu contente correndo menino.
Sou gente das fortes den’da plantação.
Sou seca, não nego, mas fértil.
Sou palma guardando água que restou.
Não adianta ocultar olhar ébrio.
Eu vou muito além do que você pensou.
Se impressionas porque subestimas
A força menina em meu palavrear.
Pois achas que sou só sofrer,
E sou ver, sou querer, sou fazer, sou falar.
Mas creias, não temo, há sonho que ateste:
Sou Rio São Francisco batendo no mar.
Sou estrela cadente no céu a cruzar.
Sou doce, sou duro: prazer, sou Nordeste!