Xarará

Sai pra lá, bicho da pexthe!

Coisa ruim, vai, vê se some!

Nunca vi algo do tipo:

Potente, mortal e imune;

Mostrou que veio pra ficar:

Planta, e após a colheita, come.

Besta fera, gota do toco e serena;

Deixa todo mundo assustado;

Leva à morte a passos firmes:

É muito triste e traz pavor.

Somente a ajuda dos céus,

Pode expulsar este impostor.

Vil, covarde e persistente;

O que ninguém pode prever;

Informação, tento e postura:

Grande briga irão travar;

A chave da porta é visível:

Faz favor, aprende a usar!

Vai vacina, vem vacina;

Tapa vai e tapa vem;

E nessa guerra descabida,

Solução pra nada tem:

A corte pensa em dinheiro,

E o povo sofre o desdém.

Taturana e lagartixa;

Cobras e até percevejos;

É preciso engolir sapos,

E à margem fica o povão;

Fura-fila e privilégios:

Tem engodo de montão.

Um querendo aparecer;

Outro, a si endeusar;

Enquanto isso o bicho pega:

E não adianta reprimir;

O povo perdeu o medo:

E o Brasil prestes a falir.

Tanta gente reclamando,

Não podendo aglomerar:

A máscara fica no queixo,

E o bar não pode fechar;

É o comércio, é a economia...

O cemitério e o xarará.

Tudo isso é revoltante;

Reconhecer é preciso;

A vida é que está em jogo,

E o povo tem que entender;

Cuide! Tire a venda dos olhos,

E faça o que tem que fazer!

... ou a gente vence esse bicho,

... ou ele é quem vai vencer!

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 11/03/2021
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