Xarará
Sai pra lá, bicho da pexthe!
Coisa ruim, vai, vê se some!
Nunca vi algo do tipo:
Potente, mortal e imune;
Mostrou que veio pra ficar:
Planta, e após a colheita, come.
Besta fera, gota do toco e serena;
Deixa todo mundo assustado;
Leva à morte a passos firmes:
É muito triste e traz pavor.
Somente a ajuda dos céus,
Pode expulsar este impostor.
Vil, covarde e persistente;
O que ninguém pode prever;
Informação, tento e postura:
Grande briga irão travar;
A chave da porta é visível:
Faz favor, aprende a usar!
Vai vacina, vem vacina;
Tapa vai e tapa vem;
E nessa guerra descabida,
Solução pra nada tem:
A corte pensa em dinheiro,
E o povo sofre o desdém.
Taturana e lagartixa;
Cobras e até percevejos;
É preciso engolir sapos,
E à margem fica o povão;
Fura-fila e privilégios:
Tem engodo de montão.
Um querendo aparecer;
Outro, a si endeusar;
Enquanto isso o bicho pega:
E não adianta reprimir;
O povo perdeu o medo:
E o Brasil prestes a falir.
Tanta gente reclamando,
Não podendo aglomerar:
A máscara fica no queixo,
E o bar não pode fechar;
É o comércio, é a economia...
O cemitério e o xarará.
Tudo isso é revoltante;
Reconhecer é preciso;
A vida é que está em jogo,
E o povo tem que entender;
Cuide! Tire a venda dos olhos,
E faça o que tem que fazer!
... ou a gente vence esse bicho,
... ou ele é quem vai vencer!