MUIERES DO MEU SERTAO
Muieres do meu Sertao.
Vem aí chegando o dia da mulher,
Eu não sei qual delas enaltecer.
Porque não vale uma palavra qualquer
Com um enorme dicionário pra dizer
Mas vou fazer uma pequena menção
Pras mulheres valentes do meu Sertão.
Pois essas moças fizeram por merecer.
Vou começar pela sertaneja mãe.
Trabalhadeira, e de gesto carinhoso
De exemplos lindos a serem seguidos
De um reinado organizado e majestoso
Que em sua luta sem ter medo do enfado
Fez muitos cabras, honestos e bem formados
Tudo ensinado com lições de fedegoso.
Da mulher mãe vem a mulher professora,
A destemida, e potente motoqueira.
Deixa a família pra educar outras famílias
Sob o transtorno da lama ou da poeira
E ainda sobra um tempo para uma festa
É homenagem muito justa que se presta
Os meus aplausos pra esse lote de guerreira.
E a honesta viúva de marido vivo
Que na pobreza alimenta a esperança
Enquanto o homem vai em busca de trabalho
Ela desdobra entre o trabalho e as crianças
E o marido continua viajando
Ela na lida aconselha educando
E em sua fé uma vida de bonança.
Também escrevo para a mulher retirante
Que resolveu da outro rumo na história
Que se foi viver outras aventuras
Sonhar distante com sucesso e alguma glória.
Dorme e acorda sentindo o cheiro da terra
Sonha com a folha já seca cobrindo a terra
Talvez nem volte, mas não foge a memória.
E sem palavras para expressar o mérito
Pauso agora essa singela homenagem
A essas damas adereço dessa terra
Merecimentos que não cabem na mensagem
A essas flores do Sertão e da peleja
Extrai versos da poesia sertaneja
Para brindar essas, das belas imagens.
Valdir Prudêncio.