Cenário das bonitezas
Cenario das bonitezas.
Como é que pode um canto
Ter mais de uma boniteza
Pra cada tempo um encanto
Cada um com sua beleza
Essência dum lugar forte
Onde a vida e a morte
Comungam a mesma riqueza.
Quando o mato vai dormir
Para enganar o calor
Pra poder sobressair
Os bichos mudam de cor.
Pra não sejam comidos
Se tornam desinxavidos
Sem barulho e sem odor.
Aí o mato esbranquiçado
Com aparência falecida
É o belo disfarçado
Outra beleza de vida
Só um olhar de poesia
Contempla e acaricia
A beleza adormecida.
Quando é céu de novembro
A chuva amamenta a terra
O sete cascas é o membro
Que amarela o plano é a serra
É uma memória fantástica
Que mesmo numa seca enfática
Esse ser vivo não erra.
Aí cantam a passarada
Corre o calango, o prea
É a paisagem encantada
Começa a se transformar
É o cenário acinzentado
Logo fica esverdeado
Que parece outro lugar.
Valdir Prudêncio.