BENÇÃOS DE UM AMANHECER


No calor dos grandes sertões

Na devoção ao santo rosário
Pelos campos da compreensão
Cada gesto é necessário
O reconhecimento e a gratidão
Cada amanhecer sendo abençoado
 
São fragmentos de uma vivência
Escrita com trabalho e dignidade
No respeitar de uma convivência
Terços realizados com simplicidade
No Sagrado Coração, a influência
Na luta no campo, uma verdade
 
Em cenários de carro de boi
De cabras, ovelhas e carneiros
Catolicismo com grande fervor
Um povo clemente e romeiro
Que padre Cícero abençoou
Pedidos e promessas em Juazeiro
 
Das bonecas de pano de Toinha
Dos doces caseiros e benzimentos
Filha amada de Senhorinha
A suavidade expressando talento
Num revoar de andorinhas
Pelas estradas do conhecimento
 
Na devoção a Imaculada Maria
Tinha o santo rosário como argumento
Recitando o terço como poesia
Expressividade em todo momento
Um sertão em harmonia
Registrado na linha do tempo
 
No ordenhar de cada dia
Sua filha Zuza era referência
Trabalhava no campo com alegria
Amou suas filhas com veemência
Camponesas apaixonadas por romarias
Descalças caminhavam em penitência
 
São versos de gratidão
Fragmentos de sinceridade
Escritas com a alma e o coração
Marcados no peito pela saudade
Lembranças e recordações
Expressas em poeticidade


 




OBSERVAÇÃO:
A pintura é do artista plástico pernambucano Aluízio Fernandes.

 

Marcos Antônio Lenes de Araújo
Enviado por Marcos Antônio Lenes de Araújo em 13/02/2021
Reeditado em 03/03/2024
Código do texto: T7183750
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