TONHO FILHO DO DIABO
Algum tempo bem depois
Que o cangaceiro Lampião morreu
Surgiu no interior de Alagoas
Um cabra fazendo das boas
Disse aqui quem manda sou eu
Ele e mais outros dois
Pintou miséria no Sertão
Matou, roubou e estuprou
Era um bandido atrevido
Pelo povo muito temido
Até a polícia se acovardou
Com a fama do espertão
Antônio seu nome de batismo
Diziam fazia parte com o cão
De cidadão de bem dava cabo
Chamado Tonho Filho do Diabo
Causava estrago igual furacão
Sorrindo mostrando cinismo
Muita mulher perdeu seu marido
Depois por ele foi comida
Muita moça perdeu seu cabaço
O que causou muito embaraço
Na família ficou uma ferida
Tudo por causa desse enxerido
Prá bem longe foi sua fama
Conhecido foi pela sua violência
De Tonho não escapava ninguém
Esse bicho não valia um vintém
Nem adiantava pedir clemência
Ou então fazer algum drama
Mas nem todo mundo tem sorte
Muitos dizem um dia é da caça
E acrescenta outro é do caçador
De tanta desgraça foi causador
E um justiceiro de muita raça
Decretou a Tonho sua morte
A paz voltou naquela região
Acabou-se o grupo assassino
Quem era do bando logo fugiu
Quando o justiceiro então exigiu
Que se evitasse algum desatino
Sendo essa uma sua opinião