ZÉ BONITINHO DO NORDESTE
Essa eu preciso mesmo contar
Muita gente vai dizer é mentira
Aconteceu aqui em Pernambuco
Lá nas brenhas tem um maluco
Que não quiz mais ser caipira
E quiz muita coisa aprontar
Numa viagem que fez ao Recife
Viu muita coisa bem estranha
Nessa cidade com tanto prédio
Pois no seu cafundó é só tédio
Onde muita lenha ele apanha
Na capital vai aprender o cacife
Viu várias bandas tocando brega
E muita mulher bem elegante
Na praia viu bunda de fora
Ele besta disse: ôxe! E agora?
Se abestalhou ficando ofegante
Aqui qualquer um se agrega
Ele tinha uma certa aparência
Mas se sentia muito acanhado
Para na capital tirar a sua onda
Mulher bonita não se esconda
O matuto aqui tá bem animado
No interior vai ter resistência
Com o pouco dinheiro que tinha
Comprou calça apertada da boa
Até cinto e pulseira pro bonitão
Disse ele que até peitava o cão
Não escapava moça ou coroa
Arranjava logo uma bela gatinha
Com um par de botas e um casaco
Ostentou no peito um medalhão
Relógio de pulso estilo digital
Um celular levou da capital
Chegando na roça que animação
Foi chamado de cara de tabaco
Mas ele não deu muito ouvido
Depois que se arrumou sorriu
Parecia Zé Bonitinho de verdade
Causando reboliço na sua cidade
Quem viu disse puta que pariu
De onde saiu esse extrovertido?
E ficou logo sendo conhecido
Como Zé Bonitinho do Nordeste
Todo agitado e muito fogoso
Metido a galã, muito charmoso
Nesse interior de cabra da peste
Ele não se sentiu enfraquecido
Sua pinta longe alcançou fama
Ora no Recife, ora nas brenhas
As moças logo se aproximando
E ele com as donzelas namorando
Só que duas ficaram logo prenhas
Que o safado levou prá sua cama
E assim vou logo termimando
O assunto já foi esclarecido
Zé Bonitinho do Nordeste
Cismou o cara, deu a peste
Concorrendo e tendo decidido
Ali agora ele estava mandando