O MATUTO GARANHÃO
Cabra esperto e muito faceiro
Bigode ralo, não muito alto
Pedro era o nome do matuto
Inteligente e muito astuto
Isso com certeza eu ressalto
Prá deixar o homem cabreiro
Tinha fama de mulherengo
Esse camarada solteiro
Que por uma infelidade
Era dado a promiscuidade
Parecia o dono do galinheiro
Que por mulher dizia eu arengo
Já namorou filha de patrão
Teve caso com uma empregada
Na própria prima passou a perna
Em casa é ele quem governa
Já escapuliu de muita cilada
Sendo metido a falastrão
Comeu pão que o diabo amassou
Em sua casa faltava comida
Quando menino na roça
Até já puxou carroça
Hoje tem a vida divertida
Bem depois que o tempo passou
Se acha um matuto arrojado
Não sente medo de nada
Gosta de ir prá igreja
Mesmo que lá não seja
Lugar de arrumar namorada
Prá esse tal malafrojado
Sua fama de garanhão
Corria do sul até o norte
As matutas que ele paquerava
Tinha delas que não escapava
Da sua tremenda sorte
E de conhecer seu maranhão
Um cara ainda na sua idade
Tinha que aproveitar a vida
Dizia isso com freqüência
E bastante prepotência
Sua vida era colorida
Tinha muita tranqüilidade
Usava uma calça apertada
E também de tocar violão
Reunia somente piriguete
Mastigando o seu chiclete
Não dava cartaz a baitolão
Seu negócio era uma rachada
Comeu donzela sem cerimônia
Sem esperar casamento
Foi muito cabaço voando
E ele somente zoando
Sem nenhum constrangimento
Envaidecido como rei da Babilônia
O tempo porém vai passando
E chegando o peso da idade
Indo embora todo o tesão
No pau tem logo uma lesão
Acabando a sua viralidade
Quando ele fica brochando