O PADRE SACANA
Lá prás bandas do interior
Mais precisamente no Sertão
Tinha um padre efeminado
E mesmo sendo imaculado
Era bem metido a bonitão
Pois se achava superior
Depois que rezava a missa
Corria direto prá sacristia
Sempre bem acompanhado
Prezando pelo cuidado
Para mais uma fantasia
Tinha ele essa premissa
Na sacristia somente ele
Entrava trancando a porta
Era um rapaz ou uma noviça
O que despertava cobiça
Ali dentro ninguém se comporta
Era um fuzuê daquele
Mas o padre era respeitado
Mesmo tendo a sua fama
De ter um jeitinho na mão
Fazia seu bom sermão
Porém o que faz na cama
Não era prá ser açoitado
Um dia o bispo ficou sabendo
Das estrepolias do religioso
Mandou um auxiliar investigar
Para depois lhe castigar
De um modo muito sigiloso
Para não ficar sofrendo
O padre era bem cauteloso
Não deixava nenhum rastro
Os rapazes saíam contentes
E as noviças mais tementes
Confiava muito no seu lastro
Eita que padre treloso!
Mas tudo tem um limite
E o padre foi desmascarado
O cabra era bem macho
Quando enfiava o tacho
Não tinha nada de efeminado
Tinha força de dinamite
Chamaram então o sacana
Que de padre não tinha nada
Encostaram-no na parede
E como um peixe na rede
A sua fama foi abalada
Tornou-se então leviana