PAU DE ARARA
Lá vai caminhão pela estrada
Levando um monte de gente
Todo mundo alegre, contente
Numa aventura desesperada
É homem, mulher e menino
Todo mundo ali amontoado
Ensaiando canto desentoado
Aguardando chegar no destino
Eles precisam de muita fé
Que pediram em pleno Sertão
Essas criaturas que ali estão
O rumo é o sul ou não é
Uns param no meio do caminho
Faltando dinheiro e comida
Mas alguém ajuda dando guarida
Quando encontram no povo carinho
A fome quando ela aperta
Não escolhe alguma barriga
Se cala, menino, a mãe obriga
A nossa vitória é certa
E só ter mais paciência
E acreditar no nosso Deus
E rezando com os seus
Unidos pedem clemência
O caminhão de pau de arara
Foi uma aventura constante
Saía um a todo instante
Num sol quente como no Saara
Era coberto com uma lona
Para do sol o povo se proteger
Da chuva também se defender
O que geralmente funciona
Muitos a São Paulo chegaram
Cansados e bem deprimidos
E na base de comprimidos
A tosse e a gripe cessaram
Já outros no Rio de Janeiro
Por ali sorrindo desembarcaram
Se estabeleceram e procuraram
Algum tipo de emprego primeiro
Hoje isso tudo é passado
O pau de arara não mais existe
E todo aquele que ainda insiste
Viaja bem mais acomodado