O MEU RINCÃO

Por Gecilio Souza

De manhã o galo cantou

Seu repertório matinal

A passarada revoou

Numa algazarra total

No horizonte o sol raiou

O gado berrou no curral

Resto de orvalho ficou

Como um lençol de cristal

Ao lado a estrada de chão

Decorando o meu sertão

Da forma mais natural

Um córrego próximo ao quintal

Com aquela água corrente

Salobra porque tem sal

Posto que a sua nascente

Está na montanha local

Pedreira antiga e resistente

Um cenário sem igual

Que impressiona a gente

A névoa por trás da serra

Embeleza a minha terra

Onde vivo tranquilamente

Saborear requeijão quente

Mais tarde comer coalhada

Feitos de leite integral

Uma gostosura danada

Graças à vaca amarela

À preta, à branca e à malhada

No fundo da casa a vazante

Onde começa a invernada

Cavalo gordo pastando

E um arreio balançando

Numa casinha reservada

O cachorro da caçada

Circula pelo terreiro

Tão dócil durante o dia

Mansinho e até bandoleiro

Mas à noite se transforma

É valente e traiçoeiro

Vigia o gado no curral

E os porcos no chiqueiro

De tudo vai para cima

Predador não se aproxima

Das galinhas no poleiro

Este é o meu lar verdadeiro

Pequena gleba de chão

Não há dinheiro que pague

Ele é sem comparação

Ali se sofre e se goza

Tudo é uma combinação

Os braços da natureza

É a melhor proteção

Mesmo o trabalho pesado

No final é compensado

Com o sossego do rincão

G. S.

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 11/01/2021
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