O MATUTO
O matuto é um cabra taludo,
Machão e muito cabeçudo,
Gosta muito de muié,
Parece mais um mané,
Usa calça de veludo,
Chega em casa com fome,
Come feijão com miudo.
Quando é adolescente,
Muitas coisas se desperta,
Começando a namorar,
Foi pra cidade comprar,
Chita pra fazer cueca,
Chegou a se apaixonar,
Por uma morena sapeca.
No caminho da casa dela,
Tinha um grande matagal,
Fui passar um telegrama,
Lá detrai de uma moita,
Fiquei logo apavorado,
Pra cueca não sujar,
Pendurei nua gaia de pau.
Terminei logo o serviço,
Novamente me vesti,
Montei no jegue apreçado,
Por não ser acostumado,
A cueca esqueci,
Passei o maior vexame,
Quase que eu morri.
Na casa da namorada,
Uma coisa aconteceu,
Sentei num banco coitado,
Tinha um prego apontado,
Rasgou logo minha calça,
Como eu estava sem cueca,
Os documentos apareceu.
Autor: Orlando Santos
Em, 06/01/2021