COM SAUDADE DAS COISAS DO SERTÃO
Claridade da luz de lamparina,
Pisca-pisca de trás de vagalume,
O luar cor de prata, com seu lume,
A casinha servindo de latrina,
A tarrafa contendo malha fina,
A colheita nos verdes milharais,
Caçadores enchendo seus bornais,
Pecadores pensando no perdão,
TUDO QUE VI UM DIA NO SERTÃO
HOJE EM DIA EU NEM SEI SE EXISTE MAIS!
A vivenda em paz, sem alvoroço,
A soneca tirada numa rede,
Santa Ceia num quadro da parede,
A cacimba fazendo a vez de poço,
O feijão macassar em todo almoço,
Rapadura e bons doces naturais,
Matutada escorada nos portais
Já pensando na sua obrigação,
TUDO QUE VI UM DIA NO SERTÃO
HOJE EM DIA EU NEM SEI SE EXISTE MAIS.