A VISÃO

Por Gecilio Souza

Lá na parede do quarto

Apareceu uma imagem

Como um imenso retrato

Ao fundo bela paisagem

Galinha, cachorro e gato

Cavalo e boi na pastagem

Em frente há um morro alto

Coberto de verde ramagem

Naquele momento exato

Uma dama sem maquiagem

A blusa pele de lagarto

Lhe protegia da friagem

Calçando apenas um sapato

O outro pé na folhagem

Com aquele andar pacato

Ela andava sobre a margem

De um rio atrás do regato

Flores como a jardinagem

Na mão tinha um artefato

Sua minúscula bagagem

Era um estojinho barato

Feito como homenagem

Ao caipora lá do mato

Patrono da vida selvagem

E na outra mão um prato

Fabricado de serragem

No seu pescoço um formato

Que não era tatuagem

Um fenômeno abstrato

Logo acima uma mensagem

O resumo de um relato

Que me encheu de coragem

Me apresentei candidato

Mas não foi de sacanagem

E logo de imediato

O cérebro fez a viagem

Para não parecer boato

A mente guardou a filmagem

Ruim é que falta o contato

Essa é a desvantagem

De o sonho não virar fato

Mas sonhar não é bobagem.

G. S

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 21/12/2020
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