O MARTELO "JCS"
Inicio dos anos oitenta
Quando tudo aconteceu,
A história de um martelo
Que este desapareceu,
Quando dono foi usa-lo
E em algum lugar esqueceu.
Ficou muito perturbado,
Teve desgosto profundo
Pelo descuido que teve,
Em uma fração de segundo
E procurando o martelo,
Revirou parte do mundo.
O seu martelo, importante,
Tinha muita utilidade,
Lhe era de estimação,
Só que por infelicidade
Estava agora sem ele,
Que triste realidade.
Procurou em todo "canto"
No terreno abandonado,
Perguntou a muita gente
Se alguém havia achado
E que a ele devolvesse,
Se caso fosse encontrado.
Um martelo diferente,
Bem zelado e bonito
E tinha nele uma marca,
Foi feita como num rito,
Com seu nome, em iniciais,
Mas parecia um mito.
Às três letras assim "gravadas"
Formam a sigla do seu nome,
'J' e 'C' e 'S' são elas,
As últimas são sobrenomes,
Registro de um homem sério,
Bom caráter e de renome.
Alguns dias se passaram,
E o martelo apareceu,
Por um menino encontrado
Assim que o dia amanheceu,
Nos arredores brincando
Achou o martelo seu.
Sem saber quem o dono era,
Nem quem lá tinha deixado,
Para casa então levou
E lá guardou com cuidado
E quando o seu pai chegou,
Foi tudo a ele revelado.
O seu pai era o "Sergipe"
Que hoje vive "em memória",
Foi grande amigo do dono
E já sabendo da história,
Foi lhe entregar o martelo
Como um troféu de Vitória.
Foi mostrar ao "Ceará",
Como era conhecido,
Que reconheceu o martelo
Que antes tinha perdido
Este muito agradeceu,
Por martelo devolvido.
O "Sergipe" e o "Ceará"
Sabiam o que é ser amigo,
Dois nordestinos leais
E se houvesse algum perigo,
Um socorria ao outro,
Um dava ao outro abrigo.
Os dois de nobre princípio:
Só falar o que é verdade,
Ambos, grande inteligência
E de muita honestidade,
Coração de boa índole
E grande generosidade.
Esse fato que ocorreu,
Dele jamais se esquece,
Seria um caso esquecido
Se um detalhe não houvesse:
Um martelo inusitado
Com siglas "jota", "cê" e "ésse".
O martelo ainda existe,
Está hoje bem guardado,
Para contar a história
Daquele tempo passado
Onde tudo era mais simples
E o martelo, o seu legado.
FIM
Homenagem ao "Sergipe"(meu pai, "ln memoriam"),
"Ceará" (então vizinho) e ao então
menino que achou o martelo (irmão).