NUM SEMEAR DE SENTIMENTOS


Com respeito a natureza

Num caminhar de uma vivência
No campo enxergava a beleza
No sagrado coração, as influências
Nos doces que servia, a gentileza
Nas rezas e orações, a experiência
 
Na compreensão do permitir
Com três galhinhos em sua mão
O cheiro da arruda a transmitir
Com fé, respeito e oração
O seu benzimento a conduzir
Palavras recitadas com o coração
 
Coração de quem viveu na simplicidade
Agradecendo a cada amanhecer
Nas palavras escritas com humildade
Mostrando o valor do enternecer
Lições de uma religiosidade
Que todos podiam reconhecer
 
Os cajus que ela colhia
De seus cajueiros abençoados
Os singelos doces que ela fazia
No trabalho pelos campos e roçados
Nas hortaliças que ela produzia
E no leite que por ela era ordenhado
 
Um trabalho com dignidade
As beatas irmãs eram trabalhadoras
Pelos campos das saudades
Daquelas dedicadas agricultoras
Memórias registradas na poeticidade
E apreciadas por tênues leituras
 
Com bênçãos da Imaculada Conceição
Das lembranças e agradecimentos
Das romarias de Padre Cícero Romão
Dos terços rezados em muitos momentos
No nobre colher do algodão
E do semear de sentimentos
 
São fragmentos para se reconhecer
Que tenho o privilégio de recordar
Os intensos momentos de um conviver
E das ternas histórias que puderam contar
E de cada lembrança que posso escrever
Aqui registradas em meu versejar


OBSERVAÇÃO:

A pintura é do artista plástico baiano Sílvio Jessé.


 

 
 
 

 

Marcos Antônio Lenes de Araújo
Enviado por Marcos Antônio Lenes de Araújo em 05/12/2020
Reeditado em 03/03/2024
Código do texto: T7128582
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