Os Pavões-Uma lindíssima ave de capoeira.Comparando!Lembrando no final um poema de João de Deus.
Vamos lembrar uma ave muito linda! Muito linda mesmo. Seu nome. O Pavão. Vamos tentar descrever o pavão. Compará-lo até com uma certa classe de humanos, que por esse mundo se passeiam. Vulgarmente chamados de políticos, ou seja lá o que forem. Todos conhecemos os Pavões. Uma vulgar ave de galinheiro. Todos falam a sua língua, cantam as suas cantigas. O pavão mantêm-se mudo, e quieto, só. Mas, certos dias há, quando entende, e nisso os Pavões são espertos, ele aí aparece, soberbo, orgulho, vaidoso arrogante até. Aí vem ele, saindo do galinheiro, todo emplumado, vaidoso, mostra toda a sua importância, fica lindo o pavão. Passeia toda a sua beleza, por entre todos os outros colegas da capoeira. Cabeça erguida, não olha para nenhum daqueles que á pouco lhe faziam companhia a vaidade estampada nos adornos com que vem emplumado. São mesmo lindos os Pavões! Mas ÓH SANTO DEUS! Esqueceu que era apenas uma vulgar ave de capoeira como todas as outras que lhe faziam companhia. Esqueceu que os adornos com que aparecia engalanado, eram simplesmente adornos. Esqueceu. Um pequeno descuido, olhou e viu o negrume da patas. Viu quem era. Encolheu toda a beleza que durante pouco tempo ostentou. Voltou a ser aquilo que sempre foi, uma vulgar ave de capoeira como todas as outras que lhe faziam companhia. Com a sua voz ! O poema que segue do Poeta Português João de Deus e ensinado no terceiro ano de escola primária.
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Palram pega e papagaio
E cacareja a galinha
Os ternos pombos arrulham
Geme a rola inocentinha
Muge a vaca, berra o touro
Grasna a rã, ruge o leão,
O gato mia, uiva o lobo
Também uiva e ladra o cão.
Relincha o nobre cavalo,
Os elefantes dão urros,
A tímida ovellha bala,
Zurrar é próprio dos burros.
Regouga a sagaz raposa,
Brutinho muito matreiro;
Nos ramos cantam as aves,
Mas pia o mocho agoureiro.
Sabem as aves ligeiras
O canto seu variar:
Fazem gorjeios às vezes,
Às vezes põem-se a chilrar.
O pardal, daninho aos campos,
Não aprendeu a cantar;
Como os ratos e as doninhas