Poeira que vai no ar
As luzes na rua escura
Num vai e vem solitário
Os olhos estreitos sós
Minando o imaginário
Sorriso desconfiado
Às vezes tão bem guardado
Na regra do meu lunário.
E a flor de luz brilhante
Tão certeira traz o dia
O café num fim de tarde
De palavras, poesia
As cores pela cidade
Marcante necessidade
Numa qualquer todavia.
E a lembrança perdida
Tão insistente pensar
Talvez seja este motivo
Que escrevo para marcar
A pressa de cada história
Ou rapidez da memória
Poeira que vai voar.