PASSEIO IMAGINÁRIO

Por Gecilio Souza

Na virada da esquina,

De um certo quarteirão.

Vinha andando uma menina,

Que chamou muito à tenção.

Meio alta e franzina,

Veio em minha direção.

Na hora caía neblina,

Uma discreta cerração.

A chuva era muito fina,

Mas até molhava o chão.

Cuidadosa a nordestina,

Um guarda-chuva na mão

Ela conhecia a campina,

Nasceu em outra região.

Já montou em campolina.

Manga larga e alazão.

Corpinho de bailarina,

Os olhos cor de carvão.

Um brilho em cada retina,

Simpática até na expressão.

Perguntou: como assina,

Qual a sua profissão?

Lhe respondi: imagina,

Sou um simples pobretão.

Eu calçado de botina,

Com roupa de algodão.

Ela falou: raciocina,

Me responda uma questão.

Vejo a sua disciplina,

Na forma de comunicação.

O seu estilo combina,

Com a sua manifestação.

Há algo que me fascina,

É uma boa reflexão.

Porque a vida nos ensina,

Sempre a mais dura lição.

Tirou da bolsa uma resina,

De angico lá do sertão.

E disse isso é vacina,

Previne a constipação.

Gera mais adrenalina,

Para enfrentar a solidão.

Me ofereceu a medicina,

Porque é medicação.

Como a lógica determina,

Recebi com gratidão.

E aquela jovem divina,

Fez alguma anotação.

Coloquei-a na Gabina,

Do me meu velho caminhão.

Dei um toque na buzina,

E pegamos o estradão.

Assim por aqui termina,

O passeio da imaginação.

G. S.

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 25/11/2020
Reeditado em 27/11/2020
Código do texto: T7120037
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