CORDEL DA BARATA DOIDA
Eu começo aqui essa bagaça
Já saudando os colegas de primeira
Vou cantando baião no meio da feira
Valorando o poder de nossa raça
A barata aqui não se disfarça
Ela tem uma fala verdadeira
Pode até vomitar muita besteira
E soltar muita goga e bravata
A malícia e o fedor dessa barata
Enfeitiça a ralé baratazeira
A barata aqui sem eira ou beira
Já conquista o povo do Brasil
Com humor petulante e sutil
Vai subindo no mastro da bandeira
Com essa barata trepadeira
A moral do imoral desmoraliza
Sem temer levar golpe, tiro ou pisa
A barata já faz cocô no pano
Dá mijada no meio do oceano
Que a gaitada será sua divisa
A barata sem medo não alisa
Ela tem o cheirinho de uma rosa
O charme de Madame Preciosa
Ela é leve e suave como a brisa
Bento Filho também imortaliza
A gracinha sem graça e rançosa
A chalaça vulgar e venenosa
Na linguagem do verso popular
Eu não sei a polícia onde é que está
Que não prende essa gente cavernosa
A barata safada e leprosa
Dissemina fedor e mal costume
Com piada sem graça e azedume
Em sessão sem moral e vergonhosa
Completando a patota mafiosa
Aumentando a catinga do chorume
O Serginho Piaba quem assume
Os botões do controle da barata
É a rádio anarquista e pirata
Uivando e aumentando o volume