Em tempos de treva e dor O amor é a cura do mal
No começo da existência
Trovões, lava e até vulcão
O plasma formando o chão
Com tamanha violência
Tudo se torna ciência
Tempo bruto e natural
Surge o homem afinal
A inteligência a se impor
Em tempos de treva e dor
O amor é a cura do mal
Caminha o homem na terra
O seu deus da guerra é Marte
De Millus, que linda arte
No gládio, o aço que berra
Tróia sofrendo na guerra
Por Helena sensual
Gregos matam, dor fatal
Com espada e com vigor
Em tempos de treva e dor
O amor é a cura do mal
Medicina ou bruxaria
Conhecia a humanidade
Mas não sentirá saudade
Pelo que a mulher sofria
Se na inquisição caía
Era fogueira mortal
Da vida, o ponto final
Pela mão do inquisidor
Em tempos de treva e dor
O amor é a cura do mal
Veio a tecnologia
Carro, trem e caminhão
Faca, revólver, canhão
Tudo novo construía
O homem também fazia
O peito artificial
Que não é sentimental
Não sabe o que é o amor
Em tempos de treva e dor
O amor é a cura do mal
Hoje, olhando para o céu
Vejo o rastro de um foguete
Que deixou vivo o lembrete
Como exibindo um troféu
Que o homem faz escarcéu
La no espaço sideral
Como o velho neandertal
No veículo que for
Em tempos de treva e dor
O amor é a cura do mal
De tudo que foi falado
Do amor e de escuridão
Que se faça reflexão
Para ficar registrado
Que o homem está mudado
A maldade desigual
Terá a derrota final,
E vence o bem com fulgor
Em tempos de treva e dor
O amor é a cura do mal