AS ARTIMANHAS DAS ILUSÕES
As ilusões transmitem um ar de falsa felicidade
Com os prazeres de um mundo sem coração
E com as suas artimanhas trazendo uma rápida solução
Para os desejos não providos da plena saciedade
Que acalma a alma sedenta pela rica verdade
Apenas encontrada no árduo sacrifício
A transformar toda luta em benefício.
Sob esse véu espesso, com armadilhas e incoerências,
Há caminhos que desembocam nas más consequências
Com toda a força de seus mais terríveis suplícios.
No início, elas agradam a vista e adocicam o paladar;
Mas, depois, obscurecem o discernimento
Que se deteriora num vagaroso embotamento,
Como uma planta que fenece devagar
Ou como a luz do dia que se esvai para a noite reinar.
As ilusões são as nossas correntes invisíveis
Capazes de aprisionar a mente com instantes incríveis
E, ao mesmo tempo, de fomentar a alienação do ser,
Tal como uma droga forte para entorpecer
Os sentidos e as nossas capacidades mais infalíveis.