Um Nordestino com ciúme da irmã

UM NORDESTINO COM CIÚME DA IRMÃ

Oxente mainha, um cabuloso tá de encosto aqui em casa. O caba da peste, um tá de Zé Mané, num arreda o pé de chulé do cangote de zefinha, danôsse, eita home grudento!!!

É um desmantelo da mulesta, oxe; ele oia de lado, e de riba pra baixo, pega e amassa. Ói, vou mandar ele pegar o beco. Esse mundiça de uma égua, vôte, o miserávi num larga dos beiços de Zefa... Eu berro, berro nas oiças dele, e o maluvido num sota ela.

Mainha, oxente, eita dois virado na peitica que se embola no cercado!

O caba é chei de pantin, arrocha bucho e sapeca agarrado, e, a muleca da Zefa fica doidinha de amarrar.

Vôte, nem cum farofa de mio na boca ele pára de beijar, visse?

Agora, num tem onde cair duro, de carças na mão, e borço furado, um infeliz das costa ôca, um disgrama da bixiga... Até o jegue dele é mortafome de duê, eita!!!

Marrapaz, oia só onde foi que minha irmã amarrou a burrinha!

Vou mandar o disgraçado da gota serena pegar o beco. Vou amarrar o abestado no farpado até ele berrar feito bode... Boto esta disgrama pra correr é hoje!!!

Somos Nordestino.

Ricardo Davis Duarte.