A GRANA ESTÁ MAIS CURTA QUE CABELO DE RECRUTA
Vem chegando o Natal
E o povo brasileiro,
Muito gentil e festeiro,
Gostaria, e é normal,
De dar um presente legal
A cada figura impoluta,
Mas apesar da labuta,
A esse prazer se furta.
A grana está mais curta
Que cabelo de recruta.
E esta situação
É o retrato fiel
Do que sente este menestrel
No fundo do coração.
Presentear um irmão
Hoje em dia é uma luta
Inglória, contra a força bruta.
Um coitado quase surta.
A grana está mais curta
Que cabelo de recruta.
Bom mesmo era antigamente.
Por mais pobre que se fosse,
A vida era bem mais doce
E comprava-se presente
Pro amigo e pro parente.
E ninguém mais refuta
Este argumento batuta:
Hoje não cresce nem murta.
A grana está mais curta
Que cabelo de recruta.
Bom dia, amigos.
Ótima terça, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.
Obrigado, Fernando, pela brilhante interação.
Eu pensei que era só minha,
essa grana que não vinha.
Quando chegar o Natal,
qualquer real vale ouro,
se sobrar no contracheque.
Se não - fazei meu Deus que eu não peque -
vou passar como Jesus,
eu e os meus, todos nus,
deitados na manjedoura.
(Fernando A Freire)
Obrigado, Jacó, pela brilhante interação.
Eu já tinha planejado,
Meu natal como seria,
Meus presentes são poesias,
E só para meus chegados,
A minha mulher não gosta,
Nem por isso ela surta,
E se contesta, escuta,
Que a grana tá mais curta,/Que cabello de recruta...
(Jacó Filho)