A GRANA ESTÁ MAIS CURTA QUE CABELO DE RECRUTA

Vem chegando o Natal

E o povo brasileiro,

Muito gentil e festeiro,

Gostaria, e é normal,

De dar um presente legal

A cada figura impoluta,

Mas apesar da labuta,

A esse prazer se furta.

A grana está mais curta

Que cabelo de recruta.

E esta situação

É o retrato fiel

Do que sente este menestrel

No fundo do coração.

Presentear um irmão

Hoje em dia é uma luta

Inglória, contra a força bruta.

Um coitado quase surta.

A grana está mais curta

Que cabelo de recruta.

Bom mesmo era antigamente.

Por mais pobre que se fosse,

A vida era bem mais doce

E comprava-se presente

Pro amigo e pro parente.

E ninguém mais refuta

Este argumento batuta:

Hoje não cresce nem murta.

A grana está mais curta

Que cabelo de recruta.

Bom dia, amigos.

Ótima terça, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.

Obrigado, Fernando, pela brilhante interação.

Eu pensei que era só minha,

essa grana que não vinha.

Quando chegar o Natal,

qualquer real vale ouro,

se sobrar no contracheque.

Se não - fazei meu Deus que eu não peque -

vou passar como Jesus,

eu e os meus, todos nus,

deitados na manjedoura.

(Fernando A Freire)

Obrigado, Jacó, pela brilhante interação.

Eu já tinha planejado,

Meu natal como seria,

Meus presentes são poesias,

E só para meus chegados,

A minha mulher não gosta,

Nem por isso ela surta,

E se contesta, escuta,

Que a grana tá mais curta,/Que cabello de recruta...

(Jacó Filho)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 20/10/2020
Reeditado em 20/10/2020
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