O BOI BOMBEIRO
O BOI BOMBEIRO
Miguezim de Princesa
I
Em Princesa havia um boi
Que ralava sem parar:
Saía recolhendo o lixo,
Numa carroça a transportar,
Sendo tangido por Biu,
O pai de Zé do Preá.
II
Foi quase o boi de mamão
Que Vital poetizou:
Um boi que dançou três dias,
No quarto, triste, chorou,
E a mão de um covarde,
No escuro, o esfaqueou.
III
Agora surge outro boi,
Quem sabe é o mandingueiro,
Que de tanto comer pasto,
Deixar o mato rasteiro,
Pela ministra é chamado
De boi soldado bombeiro.
IV
Antes o boi foi culpado
Por parte do efeito estufa,
Porque comia e arrotava,
Vivia soltando bufa,
E agora combate o fogo,
Chega meu pandeiro rufa.
V
Viva o boi da Amazônia,
Nosso novo caminhão:
Quando se junta a boiada,
Cada um com o mangueirão,
É água pra todo lado
Que chega a encharcar o chão!