O BOI BOMBEIRO

O BOI BOMBEIRO

Miguezim de Princesa

I

Em Princesa havia um boi

Que ralava sem parar:

Saía recolhendo o lixo,

Numa carroça a transportar,

Sendo tangido por Biu,

O pai de Zé do Preá.

II

Foi quase o boi de mamão

Que Vital poetizou:

Um boi que dançou três dias,

No quarto, triste, chorou,

E a mão de um covarde,

No escuro, o esfaqueou.

III

Agora surge outro boi,

Quem sabe é o mandingueiro,

Que de tanto comer pasto,

Deixar o mato rasteiro,

Pela ministra é chamado

De boi soldado bombeiro.

IV

Antes o boi foi culpado

Por parte do efeito estufa,

Porque comia e arrotava,

Vivia soltando bufa,

E agora combate o fogo,

Chega meu pandeiro rufa.

V

Viva o boi da Amazônia,

Nosso novo caminhão:

Quando se junta a boiada,

Cada um com o mangueirão,

É água pra todo lado

Que chega a encharcar o chão!

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 10/10/2020
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