A FORÇA DE UM VÍRUS
Por Gecílio Souza
Os provérbios e os ditados
Também são conhecimento
Se bem contextualizados
Muitos têm um fundamento
Antigos de longos passados
Sem prazo de vencimento
Os deuses não jogam dados
O grito não é argumento
Ajoelhou tem que rezar
Quem desdenha quer comprar
Tamanho não é documento
O mundo está mais cinzento
Qualquer pessoa pode ver
Um desastre em andamento
O pior vai acontecer
Política do emburrecimento
Um mal a se combater
E um Corona virulento
Veio nos surpreender
Aliou-se ao nazifascismo
Veja o que um micro-organismo
Tem capacidade de fazer
Ninguém conseguiu prever
Este novo matador
Muitos querem se entreter
Em descobrir seu causador
E a Covid a converter
Dificuldade em horror
Quantos irão perecer
Quantos lucrando com a dor
Distância e separação
Nada de aglomeração
Que o vírus é devastador
A terra se viu em pavor
E parou om a pandemia
Então surge um clamor
O choro da economia
Dando à vida menor valor
É a velha dicotomia
A política sem pudor
Induzindo à anarquia
Carente de competência
Quer revogar a ciência
De sua típica verborragia
Essa gente desafia
A moderna medicina
Por maldade e covardia
Gente que não raciocina
Se opõe à sabedoria
Tem uma mente assassina
Flerta sempre com o atraso
O que é ruim patrocina
Provoca al almas aflitas
E os tais negacionistas
Propagam a cloroquina
A ignorância contamina
E é um vírus mais potente
Leva o país à ruína
O governante inconsequente
É contra a máscara e a vacina
Debochado e negligente
O cujo é um burro sem crina
Que envergonha o continente
Apesar deste azarão
Boa parte da população
Age de forma prudente
Não teremos certamente
A mesma normalidade
Um paradigma emergente
Redefine a sociedade
Os desafios do presente
Impactam a posteridade
Provérbios de antigamente
Válidos na atualidade
O apressado morre na curva
E aquele que planta chuva
Sempre colhe tempestade
Esta nova realidade
Não impõe mais embaraços
Profunda é a necessidade
De se fortalecer os laços
O afeto e a amizade
Que são os mais nobres traços
A humana integridade
Não pode cair aos pedaços
Da crise já estamos fartos
Que falta fazem os contatos
Os encontros e os abraços
Nascemos nus e descalços
Repousaremos no chão
Indigentes ou ricaços
Se apodrecem no caixão
Não somos mais que bagaços
Com arrogância e pretensão
Acumulando cansaços
O tempo não dá o perdão
E para os prevalecidos
Presunçosos estabelecidos
O vírus traz uma lição
Sistemática alteração
Nos costumes habituais
Impactou a educação
Com prejuízos reais
Quando atinge a formação
Os danos são sociais
É atraso da nação
Reduz seus potenciais
Fato que aulas à distância
Não têm igual substância
Das aulas presenciais
Danos elevados demais
Para serem absorvidos
Não bastassem os funerais
De tantos entes queridos
Estão aí filhos e pais
Ansiosos e deprimidos
Violência entre casais
Matrimônios destruídos
Os efeitos da pandemia
Ampliam a desarmonia
Dos lares estremecidos
Os empregos subtraídos
Empresas baixam as portas
Projetos comprometidos
O mundo dando suas voltas
Os cidadãos abatidos
Com muito peso nas costas
Tudo é experiência e história
Quase sempre a vitória
É feita de algumas derrotas
Agora é calçar as botas
O mundo não se acabou
Um vírus expôs idiotas
Muita gente subestimou
Esperamos as respostas
Que a ciência iniciou
Multidão de vítimas mortas
O micro-organismo avançou
Enquanto fizeram gracinha
Veja o que a gripezinha
Até o momento provocou
G. S.