Chuva de caju
Ainda não chegou o dia
Do sol quente rachar o chão
Da secura queimar o mato
De areiar o riachão
No campo fulora pimenta
No céu vem chuva que tenta
Tirar alguma lição.
Nasce grama no quintal
Voa livre o joão-pinto
Roupa limpa no varal
Com noda de vinho tinto
Sopra o vento lá do Norte
A cruviana vem forte
Rasgar tudo o que eu te sinto.
Chega o dia que o rio já subiu
O lavrado já cheira diferente
É verde pra onde vejo
Neblina forte crescente
Volvendo a fauna total
É um laço desigual
Numa cor que é tão potente.