ABISMOS INTERNOS

Formato: ABCBDB

Sendo um escravo da mente

O mundo real fica ofuscado

Do trilho do meio se desvia

ficando desequilibrado

O egoísmo em manifesto

Deixa o homem maculado.

Com tormento nos ombros

Fica mais difícil o caminhar

O Ser é como um pássaro

Que o peso o impede de voar

Se o excesso não for tirado

Ele só fará atrapalhar.

Sem remédio para tratar

As feridas do nosso coração

A luz da plenitude não vem

Pois ela é falta de escuridão

Que curando tira a letargia

Nos despertando pra ação.

O elo com o que inspira é ameaçado

Se a deprê estica a teia da vida

Desistir de lutar implicar em

Ter todas conexões rompida

Sozinho no plano da existência

À fracasso a vitória é reduzida.

Com a insegurança em atividade

É erguido um grande paredão

O desejo de ir adiante esvaece

Se perder pru medo ou desilusão

Se não agir para construir

A inércia gera destruição.

O medo da solidão

Torna o obstáculo da solitude

Quem não acessa sua essência

Não acessa a própria completude

Se deixar levar pelos demônios

É extrair da alma sua saúde.

Na prisão dos condicionamentos

Os desejos de plástico aprisiona

Sendo só o material priorizado

A riqueza da alma lhe abandona

Sem a bússola dos sentimentos

Não acha o Norte na Babilônia.

O apego as boas fases da vida

Traz o passado pru presente

Estando imerso no outrora

Do aqui e agora fica ausente

O futuro começa se destruir

Quando não se vive o presente.

Caminhando sem consciência

A vida fica mais baixa que alta

Erros tendem a se repetir

E os acertos ficam em falta

Cometer erros sem evoluir

Torna a vida mais amarga.

No mar da crise existencial

A saúde física e mental decai

Sintomas do desequilíbrio vem

Enquanto os do equilíbrio esvai

Se não sair na zona de conflito

Do inferno interno não sai.

Na busca ansiosa por atalhos

Só encontra trilhas mais longas

Quem procura caminhos curtos

Cai na armadilha das delongas

A vida satiriza quem isso faz

Pondo no grupo dos samongas.

O narciso ofuscando a verdade

A autossabotagem é ativada

Que abate o templo do saber

Deixando a elevação destroçada

Dando origem a involução

Onde a clareza é apagada.

Sendo assombrado pelas sombras

O que elas causa fica iniludível

Além das margens não se vai

Quando se teme o desconhecido

Os incômodos incomodarão

Se não forem compreendidos.

Nos momentos difíceis

A morte sussurra nos ouvidos

Dizendo que para se livrar

Basta ficar entorpecido

É fazendo o que ela manda

Que ficamos enfraquecido.

Quem não abre o livro da alma

Não consegue se ler

Reprimir passagens de terror

Incompleta o auto conhecer

Sem luz não há sombras

São ambas que compõem o ser.

Sendo fisgado pelo o anzol

Do comportamento corrompido

O peixe morre sufocado

Por um ar bem poluído

As armas que nos destroem

Estão no próprio umbigo.

O conhecido não satisfazendo

E o desconhecido se temendo

Surge um tipo de monotonia

Que atrasa nosso crescimento

O vazio preenche todo espaço

Onde morre o sentimento.

Sem compromisso espiritual

Com o que te faz se sentir vivo

A centelha divina se apaga

Esfriando o lado sensitivo

Talento sendo desperdiçado

Torna o viver mais opressivo.

Entre o início e o fim da vida

Há uma sequência de momentos

Pra cada um que não se vive

É somando um esvaecimento

Se vivê-los enrica a alma

Desperdiça-los traz tormentos.

Entre a miséria e a riqueza

A distância é de uma escolha

Ou fazemos por onde merecer

Ou se afogamos na nossa bolha

Sem arrojo pra escolher o certo

A errada nos leva à encolha.

O fato é que a linha é tênue

Entre os opostos da existência

Se não se manter no lado certo

Ir pru outro vira consequência

O lado ruim se torna um ímã

Quando se perde a paciência.

A impaciência contaminando

Os momentos de dificuldade

A superação fica distanciada

Pelos males da ansiedade

Que brocha a autoconfiança

Gerando infelicidade.

Quando a mente vira um martelo

Todo segundo vira um prego

Ou você se torna senhor dela

Ou ela faz de ti um servo

Galgar condicionada por ela

É caminhar pelo inferno.

Desconectado do espiritual

É aberto o corpo fechado

Sem blindagem na Babilônia

O nosso âmago é afetado

Pela pressão do sistema

Que deixa sonhos paralisado.

Quem não mantém sua tocha acessa

Se perde dentro da caverna

No breu do abismo interno

O AMOR é a única lanterna

Quem não acende essa luz

Do escuro não se liberta.

Santo André, 15 de Setembro de 2020

Helenilson Martins
Enviado por Helenilson Martins em 15/09/2020
Reeditado em 11/10/2020
Código do texto: T7063711
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