Zumbi dos Palmares
A história que vou contar
Seu tema é a liberdade
De um povo que lutou
Com bravura e coragem
A fim de se libertarem
Dos grilhões da crueldade.
E tudo isso começou
Com a invasão de Portugal
Que aqui desembarcaram
Em pleno nosso litoral
Sob o comando do então
Pedro Álvares de Cabral.
Nesse tempo a liberdade
Foi banida desde então
Homem dominava homem
Com grande exploração
E passou a vigorar
O horror da escravidão.
Os índios que aqui viviam
Foram então subjugados
Muitos negros africanos
Foram contrabandeados
Em navios negreiros
Onde eram transportados
Os negros eram enviados
A zonas coloniais
Como mão-de-obra escrava
Para senhores feudais
Ali trabalhavam duro
Sob o látego do capataz.
As formas de trabalho
Eram muito desumanas
Tanto nos engenhos
Como na colheita da cana
As negras cumpriam a tarefa
De amas-de-leite e mucamas.
Nas fazendas de café
Onde os frutos eram colhidos
Precisavam ser secados
Pra depois serem moídos
E se a cota diminuísse
Os escravos eram afligidos.
Eles eram vigiados
Pelos capitães-do-mato
Se um escravo fugisse
Era então capturado
Amarrado ao pelourinho
E duramente castigado.
Tudo para intimidar
Os escravos fugitivos
Pois se tentasse escapar
Teriam o mesmo castigo
Sujeito à castração
Pra deixá-los constrangidos.
Na casa da moenda
A garapa era produzida
Os escravos trabalhavam
Sob condições abusivas
Morriam a exaustão
Diarreia e parasitas.
Escravos revoltados
Tentavam em vão fugir
Mas eram capturados
Por não ter pra onde ir
Assim entrou em cena
A figura de Zumbi.
Zumbi nasceu livre
Recebeu educação
Aprendeu português e Latim
Fez a primeira comunhão
Mas abriu mão de tudo
Em prol de seus irmãos.
Fugas mal planejadas
Não era a solução
Zumbi reuniu uns dos seus
Para explicar a situação
E com isso provocou
Uma grande rebelião.
Zumbi dos Palmares
Ficou assim conhecido
Fundou um grande quilombo
Dos escravos foragidos
Lá na Serra da Barriga
Ficou estabelecido.
O quilombo dos palmeares
Era o maior do Brasil
De alguns poucos escravos
Foi pra mais de 20 mil
E Zumbi dos Palmares
Em líder se constituiu.
Porém o quilombo
Era sempre atacado
Por colonos e bandeirantes
Para ser desabitado
Zumbi lutou com bravura
Com morte pra todo lado.
Os ataques ao quilombo
Foi se intensificando
Com o passar do tempo
Mais fraco foi ficando
Zumbi pois exclamou:
“Vou morrer então lutando!”
Zumbi lutou então
Com bravura e coragem
Deu sangue, suor e lágrimas
Em prol da liberdade
Deixando um nobre exemplo
Para à posteridade.
Grande parte do quilombo
Veio a ser desconstruída
Zumbi veio a ser morto
Sua cabeça foi exibida
Em plena praça pública
Pra jamais ser esquecida.
Sua cabeça foi fincada
Na lança proposital
Pra acabar de vez com crença
De Zumbi ser imortal
Mas se fez mais forte ainda
Contra a injustiça racial.
A morte de Zumbi
Serviu de demonstração
Que é preciso lutar
Contra a discriminação
Conquistar nossos direitos
Como todo cidadão..
No dia 20 de novembro
Data a ser comemorada
Que foi a morte de Zumbi
E no calendário foi marcada
O dia da Consciência Negra
Foi então consolidada.
Trecho do livro Zumbi por João Terranova
Publicado na Amazon e Uiclap.
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