Incongruências
O mundo então é invadido.
Por um bichinho inventado.
E todo o mundo é infectado.
Fica tão fácil para o bandido.
Deixar o planeta deprimido.
E começam a tacar o terror.
Usem máscaras, pelo amor.
Álcool em gel; ainda sabão.
Tenha consciência e coração.
E o papel higiênico, senhor?
Do álcool em gel a escassez.
Da máscara a insuficiência.
Mas é tanta a imprudência.
E há um atacado de viuvez.
Descaso: certeza ou talvez?
E começam a tacar o terror.
Usem máscaras, pelo amor.
É tanta festinha clandestina.
Reunião nas portas e esquina.
E o papel higiênico, senhor?
E quem tem dinheiro morre.
Falta ar, algo que é de graça.
O tal bichinho a alma abraça.
E a vida, deste modo se vai.
Tio, filho, mãe, vizinho e pai.
E começam a tacar o terror.
Usem máscaras, pelo amor.
Não coloque o nariz na rua.
Fechem tudo; estrelas e lua.
E o papel higiênico, senhor?
É: talvez seja chinesa a vacina.
Uns xingue-lingues vem de lá.
Caixões, cal e até mesmo a pá?
Será que pode tomar creolina?
Assim como a invermectina?
E começam a tacar o terror.
Usem máscaras, pelo amor.
A OMS versus a cloroquina.
O presidente diz sim: opina.
E o papel higiênico, senhor?
Há quem desafiou; e sofreu.
Quem infectou e nada sentiu.
Há quem não teve e mentiu.
Devotos, sem partidos e ateu.
Meu parente e também o seu.
E começam a tacar o terror.
Usem máscaras, pelo amor.
E as pessoas em polvorosa.
Nos túmulos nenhuma rosa.
E o papel higiênico, senhor?
Mas agora muda todo cenário.
É que está chegando a eleição.
Esquece todo o nosso sermão.
É bem seguro ser um mesário.
Candidate: seja um voluntário.
Agora não existe mais o terror.
Tem treino, proteção e amor.
Nosso médico em incoerência.
Dinheiro, civismo ou conivência?
E o papel higiênico, senhor?
Recorde a venda do tal papel.
Tanta merda, coisa desmedida.
Imundice, gente corrompida.
A flor dá passaporte pro céu.
Tanto corrupto e pouco réu.
Fabrício Queiroz é um terror.
Fez depósitos, e foi por amor.
Essa rachadinha! E a Michele?
Nem quero estar em sua pele.
E o cheque de 89 mil, senhor?
Uberlândia MG