O casamento da barata Preciosa com o besouro rola bosta
Poeta Antonio Xexéu
É o autor deste fato
Acontecido em Brasília
Conforme relata um rato
Que ouviu de um percevejo
Obrando dentro do mato
Por ser um assunto chato
Para o corpo social
Não teve divulgação
Na TV ou no jornal
A união do besouro
Com a moça paranormal
Esse encontro sem igual
Se deu por conveniência
Conforme vou explicando
Pra você tomar tenência
E saber como se deu
Essa assombrosa ciência
Natura em sua regência
Proíbe esse casamento
Espécimes diferentes
Não rola acasalamento
Mas em Brasília proseiam
Uma ema e um jumento
E tudo naquele centro
É demais inusitado
Inseto que se declara
Senador e deputado
Cobra cascavel no bote
Se veste de magistrado
Até gorila fardado
Quer ter a voz de comando
Todo o reino animal
Em Brasília vive em bando
Lutando pelo poder
“Porque quero, posso e mando”
A barata se achando
Abalada em seu poder
Criou um certo Centrão
Onde costuma vender
O rol de dificuldade
Para mais fácil comer
E então prevalecer
Lei do prevaricador:
Eu te dou facilidade
Em troca do teu penhor
É dando que se recebe
Reza o aproveitador
O inseto comedor
Quer garantir sua cota
Para isto planejou
Atrair o idiota
Mudando seu paletó
Em traje de “patriota”
Nessa nova fatiota
O besouro Bolsonaro
Da família Rola Bosta
Se vendo no desamparo
Aceitou o casamento
Diante do despreparo
Porque é bastante raro
O besouro refletir
Sistema cognitivo
Não lhe deixa concluir
Um pensamento correto
O que faz bem é mentir
E diante do zumbir
Do enxame de insetos
Em volta dos excrementos
Com projetos indiscretos
O corrompido sistema
Distribui os seus dejetos
Esses lances abjetos
Precederam a união
Do besouro Rola Bosta
Em repentina paixão
Com a barata safada
De olho no seu quinhão
O cacique do Centrão
É o besouro Carrapeta
O outro é Robertinho
Que quando dá na veneta
Atira pra todo lado
Com a sua escopeta
Ele viu a coisa preta
Quando então foi condenado
Por lavagem de dinheiro
Em um negócio privado
A livre iniciativa
É o seu maior primado
Com o seu nome fichado
Na relação “ficha suja”
Robertinho dá de ombro
O despudor sobrepuja
Diz que defende a moral
Cagando na dita cuja
Com o canto da coruja
O besouro Bolsonaro
Se abriu para o Centrão
Que ele tem um bom faro
Pra rescender safadeza
Como inseto ignaro
Aceitou o bom amparo
Dos insetos de rapina
Noivou logo com a barata
Achando linda a menina
E marcou o casamento
Que cinismo é sua sina
Acertada a propina
Feita a distribuição
Dos cargos comissionados
E loteada a nação
Passaram a jogar o jogo
Da vil esculhambação
Correndo na contramão
Do pudor republicano
O vil fisiologismo
Teve acertado seu plano
O casamento perfeito
Da barata com o tirano
E logo sem ter engano
Prepararam o enxoval
Eliminando o perigo
De processo eventual
Por crimes de lesa pátria
Em exposta bacanal
A noiva, muito venal,
Fez seu vestido de bosta
E o paletó do noivo
Deixando a bunda exposta
Mostrando o rego da peita
Totalmente descomposta
Se uma parte desgosta
Do casório programado
O noivo, com donativos,
Deixa o povo conformado
Ficando mais popular
E agradando o soldado
Sendo beneficiado,
Soldado exalta o nubente
Lorotas conservadoras
Para agradar quem for crente
O resto, no zap zap
Tem quem, mentindo, sustente
Interesse convergente
De patrões e militares
Kumunistas abatidos
Nos seus devidos lugares
E segue em frente o enlace
Dos insetos similares
Os diversos lupanares
Da Pátria Mãe dadivosa
Festejaram o conluio
Afagos em verso e prosa
Do besouro rola bosta
Com a barata dengosa
A baratinha sebosa
Gozou na lua de mel
Com o besouro imbrochável
Em animado bordel
Cujo verde oliva lembra
A forma de um quartel
Depois veio um coronel
Falar de patriotismo
Colocando a Amazônia
Em empolgante cinismo
À disposição dos gringos
Com descarado sofismo
Não sei direito, mas cismo
Que esse belo presente
Seria o dote da noiva
Assim entregue vilmente
Ministro do casamento
É terrivelmente crente
A maridagem indecente
Entre a barata e o besouro
Resume a mentalidade
Que leva ao matadouro
Os recursos naturais
Em perene sangradouro
Correndo atrás desse ouro
Surgem os invertebrados
Canalhas de todo tipo
Padres, pastores, soldados
Classe média, classe rica
E pobres descerebrados
Para esses pobres coitados
Restará o fim da festa
Perdem os direitos que tinham
Desamparo é o que resta
A barata exploradora
Desfruta a união funesta.
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