OS RETALHOS QUE TENHO DE AMOR SÃO REMENDOS DA MINHA POESIA
Eu prefiro um cordel pra recitar
Ver o sol despontar no horizonte
As estrelas que brilham atrás do monte
E a chuva no telhado a gotejar
Uma rede no alpendre a balançar
Um café aquecendo a noite fria
E o som de uma boa melodia
Dos acordes que compõe o meu sertão
Gritarei com a voz do coração
Quero ser nordestina todo dia.
Quero ouvir ao longe a passarada
Imponente sobre o espaço a voar
Ver a lua prateada a brilhar
E nas tardes ver passando a boiada
Cobertor numa fria madrugada
O nordeste seu encanto e magia
É pureza, é amor é fantasia
É o perfume singelo de uma flor
Os retalhos que tenho de amor
São remendos da minha poesia
Seja grato, humilde e companheiro
Sorridente, honesto , acolhedor
Tenha em mãos sempre gestos de amor
Como abraços de um amigo verdadeiro
Seja sempre fiel e conselheiro
Agradeça a Deus por cada dia
Mesmo a vida não sendo a que queria
Valorize e agradeça o que é seu
Gratidão é um sentimento que nasceu
Pra espalhar o amor em poesia
Eu prefiro ser feliz no meu nordeste
Mesmo a seca sendo braba a todo instante
O cenário se tornando radiante
Com o azul de um espaço tão celeste
Quando chove no sul, ou no sudeste
Não tem essa paisagem e calmaria
Os roceiros fazem logo romaria
Para à roça plantar o seu feijão
Quando chove no solo do sertão
No quintal nasce um pé de poesia
Foi assim que eu fiz a minha história
Vendo o amor em cada coração
Foi buscando aprender sempre a lição
Dei valor a cada trajetória
Fiz do choro um mar feito de glória
Preferir da um espaço a fantasia
Fiz dos sonhos a minha melodia
Construindo um castelo de esperança
Minhas rimas são pedaços de lembrança
Onde nasce a minha poesia.
Aldinete Sales