OS NOSSOS ACAMPAMENTOS
OS NOSSOS ACAMPAMENTOS
Autor – Flavio Alves
Ainda nos anos dourados
Pela escuridão caminhamos
Alguns arames farpados
E um cercado ia formando
A estrada era de barro
Às vezes passava um carro
E não ficávamos reclamando.
E nessa bela caminhada
A noite exalava um perfume
E um descanso numa parada
Observando os vaga lumes
O cansaço ia aumentando
Mas com o rádio tocando
Não existia os queixumes.
Além dos nossos mantimentos
Ainda tinha uma barraca
E pra o seu conhecimento
Tomamos logo uma cachaça
O céu estava estrelado
A lua bem ao nosso lado
Brilhando com sua graça.
A mata ia se despedindo
Ouvia-se o barulho do mar
E sons de cachorros latindo
Já estava perto de chegar
Se avistava uma casa branca
E felizes feito duas crianças
Admirávamos aquele lugar.
Aos amigos dos acampamentos
Que iam à praia do xaréu
Agradeço aos que estão vivos
E aos que foram para o céu
Lá tinha um hotel abandonado
Diziam que era mal assombrado
E que estava escrito no papel.
Quando chegávamos em Itapuama
Que é uma praia para surfistas
Mais uma caminhada bacana
Onde de longe a gente avista
Uma cabana de pescador
Construída com muito amor
Por pescadores otimistas.
Anos oitenta eu trabalhava
Em uma fábrica de tecido
Porém de nada eu reclamava
E tinha bastante amigos
O teatro era uma emoção
E também uma diversão
De um jovem muito atrevido.
Quem sempre me acompanhava
Era Edinilson Alves de Oliveira
E quando eu lhe telefonava
Nos dias de sextas feiras
Às vezes estava no trabalho
E ele muito do atarefado
Pra casa fazia carreira.
Passando o abandonado hotel
Que tinha suas velhas cavernas
A lua linda brilhava no céu
E tinha um caminho de pedras
Até próximo ao bendito local
E o acampamento ia ser legal
E a história não se encerra.
Nada de descansar agora
Para o corpo não esfriar
Botar as coisas pra fora
E uma cerveja vamos tomar
Falava Edinilson empolgado
E já tinha lenha de lado
Para a nossa festa começar.
Fazendo uma bonita fogueira
E quando os outros iam chegando
Cada um à sua maneira
As horas passavam voando
E quando lá todos reunidos
Tudo era muito mais divertido
E muitos ficavam dançando.
Todos nossos acampamentos
Ninguém tinha medo não
E em todos os belos momentos
Nunca houve uma agressão
O respeito era fundamental
E até mesmo no carnaval
Não existia um vacilão.
Edes, Chico, Edson e Rosalvo
Todos verdadeiros artistas
Lugg, Totô, Neide e Ednaldo
E ainda não terminou a lista
Cláudia, Jadson e Guiomar
E Vidigal vai encerrar
Mas ainda tem dois artistas.
Demócrito, e o divertido Babalu
Que Chico se responsabilizava
Se fosse ao norte, ou para o sul
A mãe dele sempre autorizava
Porque ele era de menor
Como dizia a minha avó
Se deixasse solto ele voava.
Tem também outros amigos
Que desde já peço perdão
E não se sintam feridos
Se não estão na relação
Mas estão na minha memória
E posso dizer nessa hora
Que também no coração.
(F)elicidade a todos os amigos
(L)embramos agora do passado
(A)s imagens nas nossas memórias
(V)em sem nenhum comunicado
( I)sso nos faz super felizes
(O)nde vocês são homenageados.
(A)gora quero pedir licença
(L)ouvado seja Jesus
(V)enha aqui sua presença
(E) nos der inteligência
(S)e possível muita luz.