O AMANHECER
Olhando para o céu ao amanhecer
Horizontes sublimes do firmamento
Conotações para se compreender
Construídas ao longo dos tempos
Intensos sertões para se reconhecer
Raízes preservadas em fragmentos
Nas roças de um pequeno sítio
Plantava-se o milho e o feijão
Um trabalho sendo reconhecido
A enxada limpando a plantação
O agricultor sente-se agradecido
A chuva abençoando a sua missão
Trajetória de uma vivência
Efetivas lições da integridade
Na agricultura de subsistência
Seguindo em frente com dignidade
Recebendo de Deus, a recompensa
A colheita oferecia a felicidade
As panelas de barro eram feitas
As mãos calejadas trabalhavam
Frigideiras e cuscuzeiras perfeitas
Com a argila que elas preparavam
Com o resultado ficavam satisfeitas
Com o artesanato que realizavam
Como as bonecas de pano
Feitas pelas mãos de lutadoras
Num sertão de cultura e encantos
Mulheres sertanejas agricultoras
Homenageadas nesse singelo recanto
Expressão da arte de batalhadoras
O cuidado com o gado naquele cercado
O alimento no verão era a palma forrageira
O esforço e o labor eram abençoados
A luta e a dedicação de mulheres guerreiras
Buscando a palha de milho naquele roçado
Missão de todos os dias das trabalhadeiras
São lembranças sempre presentes
Pois tiveram de mim, uma participação
Trabalhando no campo intensamente
Conciliando rotinas com a educação
Ajudas que eram sempre frequentes
Compreendia o valor dessa missão
São memórias e recordações
Marcas de intensa poeticidade
Fundamentadas em inspirações
Em cordéis escritos com fidelidade
Fragmentos que fazem reflexões
Apresentadas com sinceridade
OBSERVAÇÃO:
A pintura é do artista plástico piauiense Antônio Alves Feitosa.