SAUDADE DE BATURITÉ
Quanta saudade me vem
Da vida em Baturité.
Da Sorveteria Central
Do Zé Hélder, Jacaré .
De personagens folclóricas
Como Zé Perequeté.
Do Raimundo dos Cachimbos
Diabo da Bolsa, Pata Choca
Chico da Preto, cambista.
E do querido Piloca,
Tudo só brincadeira,
Uma pequena fofoca.
Banho no Poço da Moça
No Salesiano estudar.
Aos domingos o banho
Era no Itamaracá
Famoso balneário
Maior atração do lugar
Da Festa de Santa Luzia
Andar em volta na praça
Paquerando as meninas,
As mais lindas mulheraças.
Usando suas minissaias
Mostrando belas pernaças.
Na televisão da praça
Domingo assistir ao Telecatch
Tigre Paraguaio, Ted Boy
Trocando tapas e bofetes.
Nas famosas marmeladas
Patrocínio da Gilete.
Jogar bola no Jesuítas
No tempo do Padre Redondo
Bac era na Rua Quinze,
Os Demais era um estrondo.
Nas escadas do monumento
Tinha casa de marimbondo.
Uma pelada nos Correios
Ver time do Paroquial
De Eusébio, Vovó, Wilson
Treinado por padre Pascoal.
Assistir filme no Rubens
Era mesmo bem legal.
Na feira comer filhós
Com refresco de tamarindo.
Zé Lobo construiu um jeep
Perto da casa do Arlindo,
Tempo bom, maravilhoso
Quando tudo era bem-vindo
Do velho tiro de guerra
Saudade dos tempos idos
E não havia bulling
Por termos um apelido.
E lá em Baturité
Isso era permitido.
Que gratas recordações
Nos trazem velhos amigo
E aquela bela cidade
O Baturité antigo
Do Cobra e do Boquilha
Este quis brigar comigo.
Baturité do Tarzan
E também do Beto Inferno
Vladimir era Sabugo
Nosso colega interno.
Da ponte do Putiú
Pular no rio no inverno
.
Ao responder a presença
Idem, dizia o Gaiolão
Porém o padre prefeito
Chamou a sua atenção
Idem é pra mesma pessoa,
Assim não responda mais não.
Em frente ao Salesiano
Fon-Fon brigou com Boneco,
Espraia Brasa separou,
E levou um peteleco
Tudo um mal entendido
Que não passou de chaveco.
Não esquecer do Vovô
E nem do Ventania
Penicilina, Chaco
Que tocava bateria
Pelado, Pilão, Papa,
Do Poti quase esquecia.
Essas pequenas lembranças
Da infância, adolescência
Saudades do Salesiano
Dos padres com sua sapiência
Que nos ministravam aulas
Com enorme eficiência.
Saudade do seu Gervásio
Cuidando da portaria
Padre Paixão, Padre Prata,
Robério na secretaria,
Na cantina seu Manuel
Era quem nos atendia
Do seu José, seu Antunes
Professor de Geografia.
Tempo que se estudava
Desenho e caligrafia
Chapéu de Couro, Tantin
No Beco do Cacete vivia.
Saudade do Mala Véia,
Quando nosso time ganhava
Refresco, bolacha doce,
Volta na ola ele pagava.
Quando revista em quadrinhos
No colégio se trocava
Saudade de jogar bola
No Capitão Faraó,
Quando não havia estádio
Só antigo Monte Mor.
Com Júlio da dona Mirtes
Armar alçapão no Coió.
Pinha gostava de narrar
Na quadra nossas peladas.
Que todos os dias à tarde
Era uma coisa sagrada.
Quando rua Quinze e rua sete
Eram as mais afamadas.
Henrique César Pinheiro,
Conhecido por Pacoti,
Pede desculpa aos colegas
Não citados por aqui
Quem se achar ofendido
Posso depois excluir.
Tempo do Bebê e Barão
Até mesmo da Caçota,
Que andava pela rua,
Nua, mostrando a xoxota
Cada um tinha seu grupo
Conhecido por patota.
Do Barriga e do Paulinho
Que vestido de soldado
Metendo medo nos meninos
Com sua garrucha de lado.
Olimpíadas no Salesiano
E o Zulmira medalhado.
Pifiti, Beto Bocão
Do querido Pacuan
Do excelente goleiro
Nosso amigo Neuman
Grande mestre sapateiro
Era José Elmadan.
O Roberto Xavier,
Não deixou precocemente.
Assim com Eudes Bolinha
Não está mais com a gente.
Saudade de uma época
Tempo feliz e inocente.
No Velho Rio das Lajes
Pescar com seu Marcelino
Nosso time eu e Messias,
Zé Maria, Danilo e Lino,
Na época que se usada
As calças boca de sino.
Luís Garapa, Bebê.
Moreira era vocalista,
Antônio Pinto, Edmundo,
Itamar como baixista,
O Dim e o José Antônio
Dois grandes guitarristas.
Entre a serra e o riacho,
Num bucólico cenário,
Ficava Itamaracá
O famoso balneário
Jovens tardes com Demais
Tocando os Milionários.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, JULHO/2020.