Cordel do Corona
Lilian Maial
De cachaça, eu não entendo,
Ou do “mér”do bar da esquina;
Tão bebendo cloroquina,
Sem receita “prescreveno”...
Quem conhece, tá “sabeno”
Seu outro efeito danado:
Até coração parado!
“Tô” “dizeno” o quanto sei:
Medicina é minha lei,
Mas a pinga, o advogado!
Esse trem de quarentena
Fez muita gente chorona!
Sem “dá” trela pro “corona”,
Já liguei minhas “antena”,
Rezei terço e fiz novena,
Com “fervô” apaixonado
E a branquinha do meu lado...
Três “garrafa” esvaziei,
O gole do santo eu dei,
Pra garantir meu babado...
Aqui, nesse isolamento,
Num come e dorme constante,
Não cabe refrigerante,
Só cachaça e condimento.
Dentro desse apartamento,
Um paraíso apertado,
“Arco” gel engarrafado
Com canela misturei,
Pus açúcar, reservei,
Pra matar vírus malvado!
Esse vírus, lá da China,
Fez “furô”tupiniquim!
Vai “sê” fácil “tê” um fim,
Sem “tomá” a cloroquina,
Prevenção é coisa fina:
Se “mantê” ensaboado,
De “árco” gel borrifado,
Distante de um metro e “mei”.
Aos “doutô”, obedecei!
E esse bicho é derrotado!
Tá na hora da internet,
Da TV e do radinho,
“Tô” quieta no meu cantinho,
Até que o prefeito decrete.
Grudo o vírus com chiclete,
Na parede ou no telhado,
E, depois dele isolado,
Despejo cloro e lavei,
Tudo o que eu tinha eu usei.
Dessa praga eu “tô” curado!
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