Padre Cícero!

Cícero Romão Batista

O “Padim Ciço Rumão”

Nasceu no pequeno Crato

Uma pobre região

Pra ser padre, estudou

E logo se dedicou

À vida de devoção.

Em novembro de um mil

Oitocentos e setenta

Ordenou-se sacerdote

E até completar noventa

Voltou-se aos oprimidos

Que viviam desvalidos

Numa terra tão sedenta.

Formado, viveu no Crato

E depois em Juazeiro

Fazendo do vilarejo

Terra Santa do romeiro

Pois atraía devotos

Dos lugares mais remotos

Desse meu Nordeste inteiro.

Na frente da sua casa

Lá na Rua São José

Milhares de peregrinos

Que viajavam a pé

Dobravam os seus joelhos

Para ouvirem os conselhos

Repletos de muita fé.

E depois de quase um século

De luta, de pregação

Defendendo o Juazeiro

Com todo o seu coração

Já velhinho, adoeceu

Aos noventa, padeceu

Entristecendo o Sertão.

Foi no ano trinta e quatro

Do século que passou

Que pra sempre Padre Cícero

Deste plano se mudou

Deixando muita tristeza

Porque era a fortaleza

Do romeiro que ficou.

O dia vinte de julho

Ficou marcado na história.

Todo o povo do Nordeste

O traz vivo na memória.

É uma data querida

Porque foi a despedida

Do “Padim”, pra sua glória.

José Reginaldo Medeiros

Membro da ACADEMIA ALAGOANA DE LITERATURA DE CORDEL-AALC